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PMEs pesam sobre inadimplência do Banco do Brasil em 2015

A taxa de calotes do banco ficou em 2,38% no ano, frente a 2,03% nos 12 meses anteriores


	Banco do Brasil: o lucro líquido ajustado da empresa atingiu 11,5 bilhões de reais no ano passado, alta de 28% ante a 2014
 (Pilar Olivares/Reuters)

Banco do Brasil: o lucro líquido ajustado da empresa atingiu 11,5 bilhões de reais no ano passado, alta de 28% ante a 2014 (Pilar Olivares/Reuters)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 26 de fevereiro de 2016 às 10h36.

São Paulo - O Banco do Brasil encerrou 2015 com um aumento do índice de inadimplência para dívidas vencidas há mais de 90 dias.

A taxa de calotes ficou em 2,38% no ano, frente a 2,03% nos 12 meses anteriores.

Os números foram puxados pelo mau desempenho da carteira de pessoas jurídicas, cuja inadimplência subiu de 2,59% em 2014 para 3,42% em 2015.

Dentro desse segmento, pesaram os empréstimos não pagos por companhias com faturamento anual de 200 milhões de reais a 250 milhões de reais, segundo o banco.

"Não há concentração em um setor específico, mas em empresas de pequeno e médio porte. O motivo é o ciclo econômico", disse o presidente do BB, Alexandre Corrêa Abreu, em entrevista coletiva com jornalistas nesta quinta-feira (25), em São Paulo.

Por outro lado, o índice de vencimentos atrasados das pessoas físicas melhorou, caindo de 2,30% no fim de 2014 para 2,17% em 2015.

Isso se deu, principalmente, porque o banco tem priorizado clientes com bom histórico de relacionamento na hora de liberar financiamentos.

Carteira de crédito

A carteira de crédito ampliada interna do BB totalizou 739,8 bilhões de reais em 2015, um avanço de 5,9% ante o ano anterior.

O aumento ficou abaixo da faixa que o banco esperava, que era de 7% a 11%.

Para 2016, a provisão é um pouco mais modesta, com expectativa de crescimento de 3% a 6%.

A maior aposta é para o nicho de agronegócio, que, acredita a empresa, deve dar um salto de 6% a 9% neste ano.

"Nós temos interesse num posicionamento forte nesse setor por conta do momento bom que ele atravessa", afirmou Abreu.

O guidance, porém, é bem menor do que o que havia sido colocado para 2015, de 10% a 14% – e que não foi atingido. A carteira do segmento inflou 6,1% no ano.

"O nosso apetite em relação ao agronegócio é bom, nós temos recursos (para emprestar). Mas o guidance é calculado com base na procura do cliente", disse Abreu.

Osmar Dias, vice-presidente de agronegócio do BB emendou: "nesse momento, o produtor está tendo mais cautela em fazer investimentos, mas não tivemos problema de custeio (de safra)".

Perdas e lucro

No acumulado de 2015, o Banco do Brasil separou 25,2 bilhões de reais para a cobertura de perdas com calotes, quantia 36,6% superior à reservada em 2014.

O lucro líquido ajustado do BB atingiu 11,5 bilhões de reais no ano passado, alta de 28% ante a 2014.

Esse resultado corresponde a um retorno sobre o patrimônio líquido (RSPL) de 13%. O número ficou dentro da faixa que a empresa havia previsto, que era de 13% a 16%.

Para 2016, provisão é de que o RSPL ajustado fique entre 11% e 14%.

Compra do Citibank

Questionado sobre se o Banco do Brasil teria interesse na operação de varejo do Citibank, que anunciou plano de vendê-la na semana passada, Abreu descartou.

"Não está no nosso radar nenhum tipo de aquisição aqui e nem fora do país. Estamos focados no crescimento orgânico local e na otimização da operação no exterior", disse.

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