No setor de celulose, é comum que as empresas utilizem a energia gerada no processo de produção do insumo para se tornarem autossuficientes (Lia Lubambo/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 2 de janeiro de 2013 às 17h20.
SÃO PAULO - A energia que a Suzano Papel e Celulose irá gerar com a planta de celulose no Maranhão, a ser inaugurada no fim de 2013, deve mais que compensar a energia que a empresa obtinha com o Consórcio de Capim Branco, segundo o presidente da Suzano Energias Renováveis.
A Suzano colocou toda a sua participação em Capim Branco à venda para os demais integrantes do consórcio pelo valor total de 320 milhões de reais, sendo que a Cemig já aceitou a oferta. Também participam do consórcio a mineradora Vale e a Votorantim Metais.
"A gente investiu (no Consórcio) visando garantir energia", explicou André Dorf à Reuters. "Com a planta no Maranhão, vamos ter excedente de energia de 100 mega(watts) que vai ajudar a substituir os 50 mega (de Capim Branco)", ressaltou.
A participação da Suzano no Consórcio representa 81 MW de potência instalada e 51 MW médios de energia assegurada de duas usinas hidrelétricas.
No setor de celulose, é comum que as empresas utilizem a energia gerada no processo de produção do insumo para se tornarem autossuficientes.
INTERESSE DE PARCEIROS
A Suzano deve obter a resposta dos demais parceiros no Consórcio Capim Branco em aproximadamente 30 dias, definindo assim a venda de sua participação total no projeto.
Segundo Dorf, por enquanto apenas a empresa estatal de Minas Gerais aceitou a oferta da fabricante de papel e celulose. A empresa de energia também demonstrou interesse em eventuais sobras.
"A gente comunicou os outros consorciados que tínhamos o interesse de vender. Eles têm 30 dias para se manifestar. O importante para nós é que a Cemig já assegurou que pega as sobras", disse ele à Reuters.
A Cemig irá pagar 82 milhões de reais por 25,6 por cento da participação total da Suzano. De acordo com Dorf, o interesse da estatal no restante da fatia da Suzano já garante os 320 milhões de reais.
A operação faz parte do pacote de blindagem financeira da fabricante de papel e celulose, que inclui a venda de ativos considerados não estratégicos.
Dorf evitou dar perspectivas sobre o impacto que a venda terá no nível de alavancagem da empresa.
Para o banco Barclays, a operação irá aumentar a posição de liquidez da Suzano, mas não implica em uma desalavancagem significativa.
"Embora nós vemos o anúncio como positivo para a Suzano, no geral o impacto é marginal... Com ajuste pelo desinvestimento, nós estimamos que a dívida líquida sobre o Ebitda da Suzano em 2013 cairia para 6,1x, ante 6,2x", afirmaram analistas do banco, liderados por Pedro Grimaldi, em relatório.
Às 16h56, a ação da Suzano operava em alta de 5,6 por cento, a 7,41 reais, enquanto o Ibovespa subia 2,82 por cento.