Lava Jato: empresa foi citada como uma das que participavam do cartel de corrupção que existia dentro da Petrobras (Divulgação/Schain)
Tatiana Vaz
Publicado em 22 de março de 2016 às 16h54.
São Paulo – O plano de recuperação judicial de 13 empresas do grupo Schahin foi homologado hoje pelo juiz Marcelo Barbosa Sacramone, decisão que evita a falência da companhia.
A proposta havia sido colocada em votação em fevereiro, quando os bancos credores votaram contra o plano.
O juiz reconheceu a petição da Schahin por entender o voto dos bancos locais como abusivo e considerar que o Banco Mizuho não poderia votar, por conflito de interesse.
O Mizuho havia exercido o direito de passar a ter controle de uma das companhias que têm parte em uma das empresas em recuperação, em troca de sua parte na dívida.
O grupo tem hoje uma dívida de R$ 6,5 bilhões, sendo que os bancos credores têm R$ 1,5 bilhão para receber cada um.
Eles estão divididos em duas classes de credores: os de garantia real, com 100% dos créditos votantes; e os quirografários, com 10% dos créditos.
A Schahin foi criada na década de 1960 no setor de construção até ampliar sua atuação para a área de energia, em 1986, e telecomunicações, em 1991.
A companhia enfrenta dificuldades desde que a Schahin Engenharia foi citada nas investigações da Lava Jato, que investiga um cartel de corrupção formada a partir de relações com a Petrobras.
No início de março de 2015, a estatal suspendeu a contratação da empresa e, em abril, a Schahin pediu recuperação judicial, além de anunciar que deixaria de operar em engenharia e construção para se focar na área de petróleo e gás.