A fábrica está sendo construída em Mato Grosso do Sul (Germano Lüders/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 24 de julho de 2012 às 14h26.
São Paulo - Os fundos de pensão Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa Econômica Federal) bateram o martelo e vão entrar como sócios na Eldorado, a fábrica de celulose que a família Batista, dona do frigorífico JBS, está construindo em Mato Grosso do Sul. A decisão foi tomada na semana passada, depois de um ano de negociação. Hoje, os parceiros se reúnem em São Paulo para preparar os documentos da nova empresa, como o acordo de acionistas e o estatuto social.
A nova composição acionária da Eldorado passa a ser a seguinte: a participação da J&F, holding da família Batista, cai de 75% para 58,6%; o empresário Mário Celso Lopes, que já era sócio, continua com os mesmos 25%; e Petros e Funcef passam a ter 8,2% da empresa cada um. A entrada dos fundos se dará por meio da fusão das operações da Eldorado com uma empresa de reflorestamento chamada Florestal, da qual já eram sócios.
"Ainda falta assinar os documentos, mas estamos satisfeitos com a maneira como entramos no negócio e o potencial que ele oferece", diz Geraldo Aparecido da Silva, secretário-geral da presidência da Funcef. J&F e Petros preferiram não se manifestar.
Projetada para ser a maior fábrica de celulose do mundo, a planta da Eldorado está orçada em R$ 5,1 bilhões. Além do apoio dos dois fundos de pensão ligados a estatais, a empresa terá financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O banco vai emprestar R$ 2,7 bilhões, o equivalente a 53% do investimento total.
O apoio do BNDES à família Batista já é uma tradição. Ao longo dos últimos anos, o banco colocou cerca de R$ 10 bilhões - entre financiamentos e a compra de participações - no frigorífico JBS. Foi uma escolha que já rendeu várias críticas ao banco, que hoje tem uma participação de cerca de 30% na empresa.
Joesley Batista, presidente da holding da família, disse no ano passado que as objeções ao apoio que o JBS tem recebido do BNDES são injustas e fruto de preconceito. Argumentou que o grupo recebe tratamento igual ao de outros grandes conglomerados nacionais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.