Fábrica da BP: O acordo vai incorporar metade da TNK-BP, que é da BP e é a terceira maior companhia petrolífera russa, à Rosneft, (©AFP/Archives / Ben Stansall)
Da Redação
Publicado em 21 de outubro de 2013 às 13h01.
LONDRES/MOSCOU - A Rosneft e a BP estão se preparando para anunciar um acordo no valor de mais de 25 bilhões de dólares que pode dar à companhia petrolífera britânica uma fatia entre 16 e 20 por cento na empresa estatal russa, disseram fontes próximas às negociações.
O acordo, que ainda precisa ser finalizado, mas pode ser oficializado na segunda ou terça-feira, incorpora metade da TNK-BP, que é da BP, e a terceira maior companhia petrolífera russa, à Rosneft, em troca de dinheiro e ações da Rosneft.
Isso permite que a BP encerre a difícil relação com seus parceiros na joint venture, além de buscar laços mais estreitos com o governo russo, que exerce uma influência muito maior na indústria do petróleo do que em 1990, quando a BP começou a investir no país.
A TNK-BP tem dado altos lucros e representa um quarto da produção total da BP, mas seus campos são maduros, e os magnatas soviéticos que controlam a outra metade da empresa, por meio da AAR, estavam atravancando a busca da BP pelo crescimento na Rússia, usando laços maiores com a Rosneft e seu poderoso chefe.
Se o acordo for finalizado e sobreviver a um longo processo de aprovação do governo russo, a exposição geral da BP aos barris russos seria menor, mas a holding pode assegurar suas posições na direção da Rosneft e melhorar seus laços com Igor Sechin, o executivo-chefe da Rosneft, que tem bastante influência na política energética.
A Rosneft já é a maior produtora de petróleo da Rússia. Se ela comprar metade da AAR da TNK-BP, controlará mais da metade da produção do país e extrairá mais gás e petróleo do que a Exxon Mobil, líder mundial.
O acordo dá à Rosneft maior produção e fluxo financeiro para financiar a exploração das grandes reservas russas, que substituirão os antigos e esgotados campos. O negócio também mantém a expertise da BP na Rússia e dá o acionista privado "de qualidade" que o presidente Vladimir Putin queria para mostrar aos críticos que está promovendo um programa de privatizações.