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Petrobras hiberna fábricas de fertilizantes em Sergipe e na Bahia

A petrolífera diz que a decisão está alinhada ao posicionamento estratégico de sair integralmente das atividades de produção de fertilizantes

Petrobras: a paralisação das operações das unidades deve ocorrer até o final do primeiro semestre de 2018 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Petrobras: a paralisação das operações das unidades deve ocorrer até o final do primeiro semestre de 2018 (Dado Galdieri/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de março de 2018 às 09h25.

Última atualização em 20 de março de 2018 às 17h23.

São Paulo - A Petrobras anunciou nesta terça-feira a "hibernação" de duas deficitárias fábricas de fertilizantes no Sergipe e na Bahia, em uma medida que visa reduzir perdas nas operações enquanto a companhia busca um comprador para os ativos.

A hibernação das unidades, que consiste na parada progressiva da produção, com conservação dos equipamentos e prevenção de impactos ambientais, deve ser iniciada até o fim do primeiro semestre, e representa mais um passo na estratégia da petroleira estatal de deixar o setor de fertilizantes.

"Quando você olha essas plantas, a melhor alternativa para a Petrobras no momento é hiberná-las enquanto o processo de desinvestimento caminha. A gente precisa agora é parar de gerar prejuízos", disse o diretor-executivo de Refino e Gás Natural da Petrobras, Jorge Celestino, em teleconferência com jornalistas.

As duas fábricas registraram prejuízo conjunto de cerca de 800 milhões de reais no ano passado, e o cenário de longo prazo continua indicando resultados negativos para as unidades, segundo a estatal.

No quarto trimestre de 2017, a Petrobras realizou provisão de 1,3 bilhão de reais para perdas com as fábricas de fertilizantes.

Celestino disse que as unidades na Bahia e no Sergipe enfrentaram problemas de competitividade por sua localização, distante tanto do acesso à matéria-prima quanto dos mercados demandantes.

Em comunicado mais cedo na terça-feira, a Petrobras disse que preparou um plano de transição para fornecedores e clientes das unidades, bem como ações de responsabilidade social com o objetivo de mitigar impactos que venham a ocorrer nas comunidades com a hibernação.

Outras unidades

Em paralelo, a Petrobras já havia anunciado planos de vender seus ativos restantes no setor de fertilizantes, a subsidiária integral Araucária Nitrogenados (Ansa), no Paraná, e a Unidade de Fertilizantes-III (UFN-III), no Mato Grosso do Sul, que teve obras iniciadas em 2011 mas não chegou a ser concluída.

"Nós estamos perto de achar compradores para a Ansa e a UFN III", afirmou Celestino. "Nós recebemos, sim, ofertas por elas... Recebemos não-vinculantes e agora vinculantes", adicionou.

A Petrobras anunciou ainda em setembro passado a abertura de processo para a venda da Ansa e da UFN-III.

Já as unidades de fertilizantes na Bahia e em Sergipe não receberam nenhuma proposta até o momento da decisão de hiberná-las, segundo o diretor da Petrobras, embora um processo oficial de venda ainda não tenha sido aberto.

A fábrica em Sergipe entrou em operação em 1982. Com uma área de 1 km², ela produz amônia, uréia fertilizante, uréia pecuária, uréia industrial, ácido nítrico, hidrogênio e gás carbônico.

A unidade da Bahia, no complexo petroquímico de Camaçari, iniciou atividades em 1971 e produz amônia, uréia fertilizante, uréia pecuária, uréia industrial, ácido nítrico, hidrogênio, gás carbônico e Agente Redutor Líquido Automotivo (Arla 32).

 

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