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Petrobras torna-se exportadora líquida de petróleo em 2016

As exportações líquidas da empresa saltaram 98% no quarto trimestre de 2016, na comparação anual, para 329 mil barris por dia

Petrobras: as exportações líquidas de petróleo mais que compensaram o aumento das importações líquidas de derivados (Sergio Moraes/Reuters)

Petrobras: as exportações líquidas de petróleo mais que compensaram o aumento das importações líquidas de derivados (Sergio Moraes/Reuters)

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Reuters

Publicado em 21 de março de 2017 às 22h07.

Rio de Janeiro - A Petrobras se tornou exportadora líquida em 2016, com a contribuição do crescimento da produção de petróleo e da queda da demanda interna por combustíveis, e permanecerá nesta posição nos próximos anos, afirmou nesta terça-feira o diretor de Refino e Gás Natural da estatal, Jorge Celestino.

No último trimestre de 2015 a condição de exportar mais do que importa já era aparente, mas o saldo ampliou-se ao longo de 2016, segundo os dados fornecidos pela companhia.

As exportações líquidas da empresa saltaram 98 por cento no quarto trimestre de 2016, na comparação anual, para 329 mil barris por dia, incluindo petróleo e derivados.

As exportações líquidas de petróleo mais que compensaram o aumento das importações líquidas de derivados.

Os embarques líquidos de petróleo atingiram 410 mil barris por dia nos três últimos meses de 2016, alta anual de quase 140 por cento, em contraste com um crescimento das importações líquidas de derivados de 6 mil barris por dia para 81 mil barris por dia.

"A Petrobras se configurou em 2016 como exportador líquido e... com a perspectiva de isso se configurar também para os próximos anos", afirmou Celestino, em uma coletiva de imprensa sobre os resultados da empresa em 2016.

O tema é importante para sustentar a disputa da Petrobras com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que questiona os cálculos de "contabilidade de hedge" da empresa, baseada em exportações, para amortecer ao longo do tempo efeitos da variação do câmbio nos resultados da companhia.

Para a CVM, a Petrobras não poderia ter utilizado a contabilidade de hedge, aplicada desde meados de 2013, uma vez que a empresa foi importadora líquida, e o uso da metodologia só seria válido para exportadores líquidos.

Devido à sua discordância, a CVM determinou que a Petrobras refaça e reapresente as demonstrações financeiras de 2013, 2014 e 2015 e também os balanços trimestrais de 2016, a fim de contemplar estornos de efeitos contábeis decorrentes da prática de contabilidade de hedge.

Executivos da empresa afirmaram nesta terça-feira que a empresa recorreu da decisão na última sexta-feira e precisa aguardar a decisão da autarquia. O diretor financeiro da empresa, Ivan Monteiro, disse estar confiante em um resultado positivo.

A diretora de exploração e produção da empresa, Solange Guedes, reafirmou a meta de produção para este ano, de 2,07 milhões de barris por dia, queda ante a produção de 2016, de aproximadamente 2,144 milhões de barris por dia.

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