Obras na Refinaria Abreu e Lima: valor do superfaturamento será retirado do imobilizado e levado a resultado (Divulgação/PAC)
Da Redação
Publicado em 17 de novembro de 2014 às 12h33.
Rio - O diretor Financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, informou nesta segunda-feira, 17, que casos de superfaturamento na construção ou aquisição de projetos, como unidades de refino, irão provocar ajustes no balanço financeiro da empresa.
Haverá "ajuste a preço justo do imobilizado adquirido", afirmou Barbassa.
Segundo ele, se houve sobrepreço, esse valor será retirado do imobilizado e levado a resultado. "Os projetos não devem conter valores que não seja o justo para ele", disse Barbassa, complementando que serão retirados dos imobilizados qualquer "propina".
Segundo a presidente da Petrobras, Graça Foster, para aferir a proporção do sobrepreço estão sendo consideradas as denúncias em juízo.
"As referências são depoimentos, provas emprestadas, encaminhadas a Petrobras pela Polícia Federal. Utilizaremos as provas para as baixas financeiras ano a ano", afirmou.
Celenidade
De acordo com Barbassa, a companhia trabalha para concluir "com celeridade" a divulgação dos dados contábeis não revisados, previstos para o dia 12 de dezembro.
Segundo ele, nesse momento serão apresentada os resultados "da melhor forma possível" com as informações disponíveis sobre as denúncias da Operação Lava Jato.
"Essas demonstrações, ainda que não revisadas, refletirão da melhor forma possível a situação patrimonial da Petrobras a luz dos fatos conhecidos", afirmou o diretor, durante a teleconferência de analistas realizada nesta manhã.
"Essa divulgação não substitui o dever da companhia de divulgar dados contábeis revisados", completou.
Barbassa afirmou ainda que a companhia tem dado acesso a todas informações para escritórios independentes e auditores, dando prioridade "aos temas investigados na Operação Lava jato, aos administradores e executivos relacionados à prestação de contas e demonstrações contábeis".
Emissão de títulos
Barbassa afirmou também que a companhia precisa do aval dos auditores independentes sobre os resultados financeiros do terceiro trimestre para realizar qualquer emissão de títulos internacional.
"Precisamos da carta de conforto dos auditores para fazer qualquer emissão. Sem a conclusão do relatório revisado os auditores não teriam como fornecê-la, por isso estamos correndo para fazer isso o mais rápido possível", afirmou em resposta a analistas do setor.
Barbassa lembrou que a restrição valeria também para uma emissão de ações, mas afirmou que esse tipo de operação não está nos planos da Petrobras.
"Temos que trabalhar com todas as forças para termos esse relatório pronto, para que as investigações se deem rapidamente, que a gente gere condições para a revisão do trimestre e a vida volte ao normal", reforçou.
De acordo com Barbassa, a Petrobras antecipou captações em 2014, o que reduz a pressão por novas operações.
"No curso do ano já fizemos até alguma antecipação para 2015, de forma que o caixa disponível da empresa nos da fôlego que precisamos para fazer o trabalho que temos hoje", afirmou.
Segundo Barbassa, a Petrobras não tem nenhum covenant (obrigação) por não divulgação de informações auditadas. Até o fim do ano a companhia teria que entregar as demonstrações contábeis ainda que não revisadas para uma parcela bem pequena da dívida.
"É o primeiro marco que temos que atender. No fim de janeiro é um segundo momento, onde a gente deverá ter o relatório do terceiro trimestre já revisado", informou.