POSTO DA BR: TCU autorizou a Petrobras a continuar o processo de venda, essencial para o futuro da petroleira / Divulgação
Da Redação
Publicado em 21 de março de 2017 às 06h33.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h08.
Se o ano de 2016 não foi ótimo dentro da Petrobras, foi muito melhor do que os desastres anteriores. A companhia, que apresenta hoje seus resultados ao mercado, passou por uma virada de jogo em pelo menos três campos fundamentais para seu futuro. O preço do petróleo se recuperou em mercados internacionais, a empresa se mostrou capaz de aumentar sua produção vinda do pré-sal e, talvez a principal mudança, os investidores voltaram a confiar na administração, assumida por Pedro Parente em 31 de maio.
As ações da Petrobras, que chegaram a mais de 50 reais em 2008, bateram no fundo do poço em janeiro, valendo 4,41 reais, mas vêm se recuperando desde então. Ontem, as preferenciais fecharam o dia valendo 13,60 reais, para 175 bilhões de reais de valor de mercado. De acordo com o banco Itaú BBA, a companhia vai apresentar um faturamento de 75,6 bilhões de reais, 11% a menos que os 85,1 bilhões do mesmo trimestre de 2015. Mesmo assim, a notícia é boa. A margem operacional deve subir de 20% para 29% para um lucro de 3,7 bilhões, ante um prejuízo de 36 bilhões no último trimestre do ano passado.
As notícias para a Petrobras também estão melhorando. Na semana passada, o Tribunal de Contas da União (TCU) liberou a companhia para continuar seu plano de desinvestimento. Ontem, Parente afirmou que deve recomeçar o mais rápido possível o processo de venda de ativos. O primeiro deles, e que mais interessa ao mercado, é a BR Distribuidora. Mas o processo deve recomeçar do zero para seguir as regras impostas pelo TCU com objetivo de aumentar a transparência.
A meta de desinvestimento para os anos de 2017 e 2018 é de 21 bilhões de dólares. Também estão à venda as participações nos campos de Baúna e Tartaruga Verde, no Brasil, e de Saint Malo, no Golfo do México norte-americano. A Petrobras segue como a empresa de óleo e gás mais endividada do mundo, com contas a pagar de cerca de 123 bilhões de dólares. A vida está voltando ao normal para a companhia, mas ainda há muito trabalho pela frente (muito mesmo).