Plataforma de petróleo da Petrobras: produção de derivados também aumentará (Divulgação/EXAME)
Da Redação
Publicado em 11 de agosto de 2014 às 14h12.
Rio de Janeiro - A Petrobras informou nesta segunda-feira que prevê um crescimento de 7,5% na produção de petróleo para este ano, com um recorde de 2,078 milhões de barris por dia, e que sua produção de derivados também aumentará em 3,4%, para 2,19 milhões de barris diários em 2014.
"As informações que temos até agora nos permite confirmar a meta proposta de elevar a produção em 7,5% este ano. Após um primeiro trimestre de produção estável, começamos a ter um crescimento muito significativo no segundo trimestre, que continuará nos próximos meses", disse o diretor de exploração e produção da Petrobras, José Formigli, em uma conferência com investidores.
Caso essa projeção seja confirmada, a Petrobras alcançará este ano uma produção superior a de 2011 (2,021 milhões de barris diários), até agora a maior de sua história.
Além de cumprir sua meta, a empresa encerrará um período de dois anos consecutivos de quedas na produção.
A companhia petrolífera produziu uma média de 1,931 milhões de barris diários em 2013, um volume 2,5% inferior ao de 2012 (1,980 milhões de barris diários), que também foi menor que o de 2011.
A meta da empresa é elevar a produção de 2,078 milhões de barris diários este ano para 3,2 milhões de barris em 2018 e 4,2 milhões em 2020.
Formigli garantiu que a produção de petróleo saltou de 2,020 milhões de barris diários em março para 2,120 milhões em junho e até o recorde de 2,152 milhões em julho.
O executivo atribuiu esse crescimento ao início da operação de uma nova plataforma em águas profundas e à interligação de novos poços do pré-sal.
A Petrobras extraiu uma média diária recorde de 546 mil barris do pré-sal em junho deste ano, em comparação com uma média de 302 mil barris diários no ano passado.
"A tendência é que a produção continue aumentando. Após a interligação de 30 novos poços no primeiro semestre, interligaremos outros 33 no segundo semestre e vamos colocar em operação três novas plataformas marítimas", afirmou Formigli.
O executivo acrescentou que o aumento da produção e da produtividade, especialmente nos poços do pré-sal, estão ajudando a Petrobras a reduzir os custos de extração.
Segundo a empresa, o custo de extração caiu de US$ 14,76 por barril em 2013 para US$ 14,57 no primeiro semestre de 2014. Além disso, esse valor deverá chegar a US$ 14,16 para o final do ano, de acordo com as projeções.
Quanto aos derivados, o diretor de abastecimento da companhia, José Carlos Cosenza, disse que a produção ficou em 2,180 milhões de barris no segundo trimestre, um aumento de 2% em comparação com o segundo trimestre de 2013.
Cosenza acrescentou que o processamento de petróleo chegou ao recorde mensal de 2,172 milhões de barris em junho, frente aos 2,074 milhões diários de média no ano passado.
A Petrobras prevê que o refino crescerá 4% no segundo semestre em comparação com o primeiro, até o recorde de 2,24 milhões de barris diários.
O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, disse que a maior produção permitiu que o lucro operacional crescesse 17% no segundo trimestre em relação ao primeiro, mas que os custos financeiros provocaram uma queda do lucro líquido da companhia.
A empresa informou na última sexta-feira que seu lucro líquido no segundo trimestre foi de R$ 4,959 bilhões, uma queda de 20% em relação ao mesmo período de 2013 e de 8% em comparação com o primeiro trimestre deste ano.
"O lucro líquido caiu, pois as despesas com juros aumentaram. No primeiro trimestre foram realizadas as principais captações para (financiar as operações) do ano e isso elevou as despesas com juros", explicou Barbassa.
O diretor financeiro também atribuiu a queda nos lucros à diminuição das exportações, às menores receitas com a venda de ativos e à defasagem entre os preços internos dos combustíveis e os cobrados no mercado internacional.
"Com a previsão de crescimento da produção poderemos exportar mais petróleo e oferecer mais gás natural no mercado nacional e reduzir os custos com a importação de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), que é caro", afirmou.
Barbassa também disse que o aumento da produção permitirá que a Petrobras tenha um fluxo de caixa líquido positivo no final de 2015 e, consequentemente, consiga reduzir as necessidades de financiamento e a dívida líquida.