Petrobras: no pré-sal como um todo, a empresa vai investir US$ 37,8 bilhões nos próximos 5 anos (Germano Lüders/Exame)
Reuters
Publicado em 4 de dezembro de 2019 às 15h12.
Última atualização em 4 de dezembro de 2019 às 18h25.
Rio de Janeiro — A Petrobras investirá no campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, cerca de 17,9 bilhões de dólares no período de 2020 a 2024, equivalente a 28% do montante total previsto para a área de exploração e produção no atual plano de negócios, informou a companhia nesta quarta-feira (4) em apresentação ao mercado.
O ativo, considerado um dos mais importantes do Brasil, foi citado também pelo presidente da companhia, Roberto Castello Branco, ao iniciar seu discurso na bolsa de Nova York, onde apresentará a investidores e analistas de mercado o plano de negócios para os próximos cinco anos.
"É um ativo de classe mundial... com custo de extração baixo", disse Castello Branco, ressaltando aquisição recente de direitos para explorar mais volumes disponíveis em Búzios, no leilão do excedente da cessão onerosa.
"Ninguém conhece melhor Búzios do que nós", completou. Já no pré-sal como um todo, a Petrobras planeja investir 37,8 bilhões de dólares entre 2020-2024, segundo a apresentação da companhia.
Em 2023 será o ano em que a Petrobras vai concentrar o maior volume de investimentos do total de US$ 76,7 bilhões previstos para o período de 2020/24. De acordo com a apresentação" Petrobras Day", em 2023 estão previstos investimentos totais de US$ 20 bilhões. Em 2020, a Petrobras prevê US$ 12 bilhões ao todo.
A produção de petróleo e gás passará de 2,7 milhões de barris no próximo ano para 3,5 milhões de barris por dia em 2024. Já em 2021 e 2022 a previsão de investimentos totais é de US$ 13 bilhões e US$ 5 bilhões, respectivamente. Em 2024, também serão investidos US$ 15 bilhões.
Na área de refino, os investimentos previstos são relativamente menores, com uma previsão total de US$ 6,1 bilhões nos próximos cinco anos. Por sua vez, na área de Gás e Energia os investimentos serão de apenas US$ 2,3 bilhões nos próximos cinco anos.
A Petrobras informou ainda que poderá colocar à venda mais campos marítimos de petróleo em produção, como participações nos campos de Marlim e Papa-Terra, ambos na Bacia de Campos. Os desinvestimentos totais previstos pela empresa variam de 20 bilhões a 30 bilhões de dólares no período do plano, sendo a maior concentração em 2020 e 2021.
Dentre os planos da empresa, estão estudos para a criação de uma empresa, com usinas térmicas, que poderá ser listada em bolsa. A petroleira também busca vender metade de sua capacidade de refino no Brasil, além de ativos de gás e em outros países.
A Petrobras destaca como "oportunidades adicionais" a venda de mais uma fatia de sua participação na BR Distribuidora, conforme o presidente da companhia já havia adiantado no início do mês passado.
Estas oportunidades também incluem sua participação na petroquímica Braskem, de ativos na Bolívia e no pós-sal no Brasil. No programa atual de venda de ativos continuam as metas de se desfazer da metade de sua capacidade de refino, saída do transporte e distribuição de gás natural, de usinas termelétricas, gasodutos offshores (no mar), e mais ativos na América do Sul.
Além da exploração de petróleo no pré-sal, outro foco enfatizado na apresentação em Nova York é na redução da dívida da companhia que deverá cair dos atuais US$ 88 bilhões para US$ 60 bilhões em 2021.