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Petrobras precisa esclarecer negociação com Galp em Portugal

Convocação da agência portuguesa que regula os mercados vem após a imprensa do país dar como rompida as conversas para entrada da estatal brasileira

Sede da Galp, em Portugal: Petrobras negociava 33% do capital da empresa (Divulgação/GALP)

Sede da Galp, em Portugal: Petrobras negociava 33% do capital da empresa (Divulgação/GALP)

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Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2011 às 13h12.

Lisboa - A entidade supervisora da bolsa portuguesa solicitou formalmente à Petrobras esclarecimentos sobre os termos da negociação com a italiana Eni, para adquirir 33% do capital da portuguesa Galp.

Um porta-voz da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) de Portugal informou nesta quinta-feira a decisão, adotada depois que a imprensa do país garantisse que as conversas entre Petrobras e Eni sobre Galp estão rompidas definitivamente.

A companhia petrolífera Galp é uma das que o Estado português tem participação - através da sociedade Parpública - uma participação significativa, de 7%, embora os acionistas majoritários sejam a Eni e o grupo também português Amorim.

A entrada do capital brasileiro por meio da Petrobras no lugar do italiano era dada como certa nos últimos meses em Lisboa, embora, segundo publicou a imprensa portuguesa, as conversas não avançaram.

Em 4 de janeiro, a Eni confirmou em comunicado que estava analisando "uma série de oportunidades, entre estas, uma operação com a Petrobras".

Por sua vez, a Galp faz silêncio e fontes da empresa consultadas nesta quinta pela Agência Efe ratificaram que a companhia não quer comentar o assunto.


Atualmente, a companhia portuguesa mantém uma estreita relação com a brasileira em termos de cooperação, o que fica refletido em sua participação conjunta na exploração dos poços de Tupi e na perfuração comercial da primeira jazida do pré-sal.

Os comentários dos analistas econômicos portugueses apontam agora o crescente interesse da companhia petrolífera angolana Sonangol em adquirir um terço dos títulos da Galp, em uma demonstração da pujança da economia do país africano e de seu interesse em tomar posições em grandes empresas de sua antiga metrópole.

Sonangol, dedicada exploração de hidrocarbonetos angolanos, conta com participação superior a 10% no Banco Comercial Português (BCP), a terceira entidade do país.

A empresária angolana Isabel dos Santos, filha do presidente do país, José Eduardo dos Santos, tem em seu poder 9,7% do Banco Português de Investimentos (BIS), embora neste caso através da "holding" Santoro Finances.

Em meio a especulações sobre a chegada de um novo acionista majoritário, a Galp e o papel do Estado na companhia, o ministro de Economia português, José Antonio Vieira da Silva, desmentiu nesta quinta-feira que seu Governo tenha recebido um pedido do Executivo angolano para falar da entrada da Sonangol.

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