EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.
O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou esta noite que a companhia "precisa" da capitalização para garantir o cumprimento dos investimentos já anunciados. Em seminário realizado em Alagoas, Gabrielli voltou a defender o novo marco regulatório para o pré-sal proposto pelo governo e reforçou que uma eventual não aprovação do processo de capitalização pode inviabilizar os investimentos da companhia.
"O grande desafio (para a realização dos investimentos) é compatibilizar isso com as condições de viabilidade econômico-financeiras da companhia", afirmou o executivo, após enumerar alguns dos principais projetos previstos para os próximos anos, como refinarias e unidades petroquímicas. "A Petrobras precisa da capitalização para ter condições de fazer todo esse investimento", completou.
Em sua rápida palestra, Gabrielli voltou a defender a Petrobras como operador único do pré-sal - "é a melhor, a maior do mundo em águas profundas, quem conhece o Brasil e quem tem infraestrutura" - a instituição de contratos de partilha e a criação da nova estatal para representar o governo nos novos consórcios.
Ele usou como argumento a mudança no cenário petrolífero mundial e, especificamente, brasileiro, desde o fim do monopólio, em 1997, com a alta dos preços e a descoberta do pré-sal. O evento, que contou com participação de outros três representantes da cúpula da estatal, foi promovido pelo Instituto Arnon de Mello, homenagem ao senador Fernando Collor de Mello, relator de três dos quatro projetos de lei do pré-sal no Senado.
Em discurso de encerramento do evento, Collor disse acreditar que o governo não terá dificuldades para aprovar os textos. "Podem ocorrer aperfeiçoamentos, mas não vamos permitir, em momento nenhum, a influência de política canhestra e política rasteira em assunto de tamanha relevância", afirmou o senador.
Ele também disse ter pedido as relatorias por não estar concorrendo a nenhum cargo público - tem mais quatro anos de mandato - e, por isso, não estar sujeito a influências eleitoreiras. Ele disse concordar com a proposta do governo de deixar a discussão dos royalties para depois das eleições, com o objetivo de evitar que contamine a discussão sobre os outros temas.