Refinaria da Petrobras: parceria tecnológica e financeira com uma empresa internacional é uma das saídas em estudo pela Petrobras para levar o projeto adiante (Divulgação/Petrobras)
Da Redação
Publicado em 22 de outubro de 2012 às 10h05.
Rio de Janeiro - Emissários da empresa sul-coreana GC Caltex, vistoriaram no dia 3 o terreno abandonado em que o governo federal planeja construir a refinaria Premium 2, nos municípios de São Gonçalo do Amarante e Caucaia, região metropolitana de Fortaleza. A possibilidade de uma parceria com a companhia da Coreia do Sul - detentora de 30% do mercado de refino do país asiático - está sendo estudada pelo corpo técnico da Petrobras, em atendimento a orientação da presidente da companhia, Maria das Graças Foster.
O projeto da Premium 2 empacou. A parceria tecnológica e financeira com uma empresa internacional detentora de experiência comprovada no setor de refino é uma das saídas em estudo pela Petrobras para levar o projeto adiante.
O início de entendimentos entre a GC Caltex e a Petrobras foi proposto pelo governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), preocupado com as notícias de que as refinarias nordestinas (Premium 2 e Premium 1, no Maranhão) podem não ser construídas em razão do ajuste orçamentário feito pela petroleira. A Petrobras nega a intenção de abandonar os projetos de refino, apesar da crise inédita. No segundo trimestre deste ano, a empresa registrou um prejuízo de R$ 1,34 bilhão.
O temor de que a Premium 2 não saia do papel levou Gomes a procurar a presidente da Petrobras. Em 11 de julho, Graça Foster assegurou a ele que o projeto da refinaria do Ceará está mantido, mas autorizou-o a tentar encontrar um parceiro para o empreendimento. Falei com a presidente Graça. A Petrobras me autorizou a procurar um parceiro. A Petrobras nunca fez refinaria. A última que fez tem 34 anos e o projeto era todo importado. Procurei a Coreia do Sul, foi a primeira coisa que fiz, disse o governador, em entrevista ao 'estado'. A última refinaria feita pela Petrobras foi a Revap, inaugurada em 1980 em São José dos Campos, interior de São Paulo.
Além das dificuldades financeiras e da falta de conhecimento técnico e experiência, um dos grandes problemas que afeta o projeto da refinaria Premium 2, no Ceará, é que o terreno está sob litígio. Índios da tribo Anacé reivindicam a área. Sem autorização da Fundação Nacional do Índio (Funai), a Petrobras não pode começar a trabalhar.
Sem saber da pretensão indígena, a administração Cid Gomes adquiriu por R$ 126 milhões a área de 1.940 hectares, na periferia do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, a cerca de 80 km de Fortaleza. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.