Petrobras: a empresa informou em 20 de janeiro passado que tinha iniciado negociações para a venda de seus ativos na Argentina (Mario Tama/ Getty Images)
Da Redação
Publicado em 2 de março de 2016 às 12h18.
Rio de Janeiro - A Petrobras anunciou nesta quarta-feira que negociará exclusivamente com a Pampa Energia, a maior companhia do setor elétrico da Argentina, a venda de seus ativos no país, reunidos na subsidiária Petrobras Argentina.
A estatal brasileira informou em comunicado que sua direção executiva "aprovou a condução das negociações (para a venda da Petrobras Argentina) com a empresa Pampa Energia, de caráter exclusivo, por 30 dias, que podem ser prorrogados por um período igual".
A companhia petrolífera esclareceu que a negociação ainda depende da aprovação dos termos e das condições finais pela direção executiva e pelo conselho de administração da Petrobras, assim como pelos órgãos reguladores dos dois países.
A Petrobras informou em 20 de janeiro passado que tinha iniciado negociações para a venda de seus ativos na Argentina, mas sem divulgar o nome dos interessados.
Segundo versões de imprensa de então, os interessados eram a Pampa Energia, que teria oferecido US$ 1,2 bilhão pela Petrobras Argentina, e a estatal YPF, que estaria disposta a pagar US$ 1,5 bilhão.
A Pampa, controlada pelo empresário Marcelo Mindlin, já é sócia da Petrobras na companhia Transportadora de Gas del Sur (TGS), controlada pela brasileira.
Os ativos da Petrobras Argentina incluem concessões e poços de petróleo e gás, uma rede de postos de gasolina, uma central térmica, uma hidrelétrica e a TGS.
A venda da subsidiária na Argentina faz parte do plano de desinvestimento, no valor de US$ 15 bilhões, que a empresa iniciou ano passado por causa da crise que enfrenta pela forte queda dos preços do petróleo e a profunda desvalorização do real em relação ao dólar.
O processo de venda de ativos coincidiu com a turbulência provocada pelo escândalo de corrupção da LavaJato, que tem a Petrobras como uma das protagonista, com provocou a queda do valor de mercado da empresa e um forte salto de sua dívida.
A dívida bruta da empresa chegou no final do terceiro trimestre de 2015 aos R$ 506,5 bilhões (US$ 125 bilhões), atualmente a mais alta de uma petrolífera global.