Petrobras: o executivo ainda destacou que a "Petrobras é uma empresa de mercado" (Paulo Whitaker/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 28 de fevereiro de 2018 às 13h47.
Rio - O presidente da Petrobras, Pedro Parente, reiterou que a empresa "não tem mais capacidade de atrair capital como no passado", e que, portanto, não tem como arcar com responsabilidades como nos anos anteriores. Um exemplo seria o pré-sal.
O executivo elogiou mais uma vez a iniciativa do governo de propor a alteração da Lei da Partilha e de acabar com a figura do "operador único", que era a estatal.
"O governo tem transformado a legislação para reduzir o custo do investimento. Todas as grandes empresas reconhecem as promessas do governo e as mudanças promovidas nessa área", afirmou Parente, em palestra durante o evento "International Conference - On the Economics of Oil", promovido pela Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro (FGV-Rio).
Em sua fala, o executivo ainda destacou que a "Petrobras é uma empresa de mercado". "Precisamos redefinir vários dos nossos negócios por isso. Somos uma empresa integrada de energia, com foco em petróleo e gás. Precisamos criar mais valor e capacidade técnica, que vai permitir à companhia vencer desafios, como na exploração no pré-sal", disse.
Parente destacou ainda a entrada de oito novas plataformas neste ano, que contribuirão para o crescimento da produção de petróleo - dos atuais 2,7 milhões de barris de óleo equivalente por dia para 2,9 milhões de boe/d em 2020.
"Os oito grandes sistemas (previstos para 2018) estão quase prontos. Estão 88% prontos. Estamos certos de que faremos isso acontecer", afirmou.
O pré-sal, afirmou, tem papel especial no portfólio da companhia, por conta do baixo custo de produção e da perspectiva de queda da demanda daqui a alguns anos, o que fará com que só os projetos mais baratos sobrevivam.
O presidente da Petrobrás disse que espera anunciar "muito em breve" o modelo de parceria que vai adotar em suas refinarias. "Não quero definir uma data porque as horas são contra nós", afirmou.
Parente argumentou que é mais difícil fechar parcerias em refino do que no segmento de exploração e produção, porque em E&P as parcerias são rotineiras, mas no refino, não.
Em encontro com a imprensa neste mês, Parente ressaltou a dificuldade de definir a figura societária que será criada com a formação das parcerias no refino.