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Petrobras mantém metas após ter pior resultado em 13 anos

Petrolífera atribuiu má fase a uma conjugação de fatores que dificilmente se repetirá e garantiu o cumprimento das metas produtivas definidas para 2012

Posto de gasolina da Petrobras no Rio: petrolífera mantém metas estabelecidas para 2012 apesar de ter registrado o pior resultado em 13 anos (Bruno Domingos/Reuters)

Posto de gasolina da Petrobras no Rio: petrolífera mantém metas estabelecidas para 2012 apesar de ter registrado o pior resultado em 13 anos (Bruno Domingos/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de agosto de 2012 às 14h09.

Rio de Janeiro - A Petrobras, que na sexta-feira passada anunciou seu pior resultado trimestral em 13 anos, atribuiu essas perdas a uma conjugação de fatores que dificilmente se repetirá e garantiu o cumprimento das metas produtivas que definiu para este ano.

A presidente da petrolífera, Maria das Graças Foster, afirmou em teleconferência com analistas que a companhia se recuperará no segundo semestre e que alcançará a meta de terminar o ano com uma produção diária de 2,1 milhões de barris de petróleo no país.

Segundo o balanço divulgado na noite de sexta, a Petrobras registrou no segundo trimestre perdas de R$ 1,346 bilhão, muito acima das esperadas pelo mercado.

Essas perdas contrastaram com o lucro de R$ 9,214 bilhões do primeiro trimestre do ano e o de R$ 10,940 bilhões do segundo trimestre de 2011.

O resultado provocou uma queda de até 6% no preço das ações da estatal na manhã desta segunda-feira e teve impacto negativo na Bolsa de São Paulo em um dia de altas nos mercados internacionais.

'Essas perdas foram resultado de uma conjugação de fatores que dificilmente se repetirá, especialmente com a mesma magnitude que teve no segundo trimestre', afirmou Graça Foster.


A Petrobras fixou como meta elevar sua produção no Brasil de 2,02 milhões de barris diários em 2011 para 2,1 milhões este ano e até 2,5 milhões em 2016.

A produção total, incluindo os campos no exterior, caiu 4% no segundo trimestre, até 2,58 milhões de barris diários, devido principalmente à paralisação de grandes poços para manutenção.

Segundo a estatal, entre os fatores que causaram as perdas estão a desvalorização do real, o desnível dos preços no país e no exterior, a queda da produção pela paralisação programada de alguns poços, o aumento do número de poços secos e o aumento das importações de gás natural liquefeito para atender a demanda das térmicas.

Segundo Graça Foster, a alta dos custos em dólares, principalmente pelo aumento das importações para atender a demanda nacional, causou uma perda financeira líquida de R$ 6,4 bilhões.

A dívida líquida da companhia subiu de US$ 58,3 bilhões em março até US$ 65,9 bilhões em junho.

Apesar de o governo ter autorizado recentemente dois reajustes nos combustíveis, a Petrobras importa petróleo a preços mais altos e vende derivados a preços subsidiados.


Graça Foster explicou que a queda da produção no trimestre era esperada pela paralisação programada de poços para sua manutenção com o objetivo de aumentar a eficácia operacional da Bacia de Campos.

Segundo a presidente da empresa, essas paralisações prosseguirão neste trimestre, mas a produção será normalizada no último trimestre, quando entrarão em operação dois novos sistemas de exploração que agregarão 180 mil barris diários à produção.

A Petrobras informou que teve que dar baixa em 41 poços secos ou pouco comerciais para concentrar seus investimentos em áreas mais produtivas, o que também elevou as perdas.

No resultado negativo também influiu um aumento das importações de petróleo e derivados para atender a demanda nacional.

O Brasil teve que aumentar suas importações de gás natural liquefeito de 1,6 milhões de metros cúbicos diários no segundo trimestre de 2011 até 9 milhões no segundo trimestre deste ano para atender a demanda.

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