Negócios

Petrobras já negocia venda da Braskem, diz fonte

A Petrobras já está em negociações para vender sua participação na Braskem, com interesse de grandes petroquímicas internacionais no ativo, diz fonte


	Petrobras: a Petrobras tem 47 por cento das ações ordinárias da Braskem e quase 22 por cento dos papéis preferenciais
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Petrobras: a Petrobras tem 47 por cento das ações ordinárias da Braskem e quase 22 por cento dos papéis preferenciais (Dado Galdieri/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2016 às 17h11.

Rio de Janeiro - A Petrobras já está em negociações para vender sua participação na Braskem, com interesse de grandes petroquímicas internacionais no ativo, e trabalha para que o negócio seja fechado ainda no primeiro semestre, disse uma fonte da estatal à Reuters nesta sexta-feira.

"As conversas já começaram. A venda da parte da Petrobras está em discussão e ela está no ponto para ser vendida... A ideia é vender toda a participação", disse a fonte, que falou sob condição de anonimato.

Segundo a fonte, o ideal é que o negócio seja definido ainda no primeiro semestre. "Há interessados no mercado internacional na Braskem. O interesse já foi manifestado por grandes grupos focados no setor petroquímico", revelou a fonte, que não quis estimar uma valor para a operação.

A Petrobras tem 47 por cento das ações ordinárias da Braskem e quase 22 por cento dos papéis preferenciais, ou 36,1 por cento do capital total da petroquímica. A Odebrecht possui 50,1 por cento das ações com direito a voto e cerca de 23 por cento das preferenciais.

Considerando os preços das ações da Braskem na bolsa, a fatia da Petrobras na petroquímica tem valor de mercado acima de 5 bilhões de reais, mas normalmente há um prêmio em operações envolvendo acionistas no bloco de controle.

A Odebrecht tem direito de preferência de compra da fatia da Petrobras na Braskem, mas não deve ampliar sua participação na petroquímica, de acordo com a fonte da petroleira, num momento em que o grupo de construção se vê envolvido nas investigações da operação Lava Jato.

A ação preferencial da Braskem foi uma das mais valorizadas entre as componentes do Ibovespa em 2015, com alta de 66,2 por cento no ano, em meio ao cenário positivo da alta do dólar para as exportações, internacionalização de suas operações e queda do preço do petróleo.

A venda da fatia na Braskem está no contexto de um amplo plano de desinvestimentos da Petrobras para fazer frente às grandes dívidas da companhia e plano ainda vultoso de investimentos, num momento em que os preços do petróleo no exterior estão próximos das mínimas em 12 anos.

O barril da commodity no mercado internacional está na faixa dos 30 dólares, com excesso de oferta e dúvidas sobre a demanda sobretudo na China, segunda maior economia do mundo.

Procuradas, Petrobras e Odebrecht não comentaram o assunto de imediato. A Braskem informou que se trata de uma questão de seus acionistas e que não iria se manifestar.

SEM MEXER EM COMBUSTÍVEIS

A fonte da Petrobras disse também que a estatal descarta reduzir os preços dos combustíveis no mercado interno, que estão com prêmio significativo em relação aos valores praticados no exterior.

Durante anos, a situação foi a inversa, com a Petrobras vendendo gasolina e diesel no Brasil abaixo dos valores praticados em outros países.

Ainda de acordo com a mesma fonte, a Petrobras espera reduzir o volume de importação de derivados em 2016 para entre 100 mil e 150 mil barris ao dia, ante de 170 mil a 200 mil barris diários no ano passado.

Acompanhe tudo sobre:BraskemCapitalização da PetrobrasCombustíveisEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasIndústria do petróleoPetrobrasPetróleoQuímica e petroquímica

Mais de Negócios

A voz está prestes a virar o novo ‘reconhecimento facial’. Conheça a startup brasileira por trás

Após perder 52 quilos, ele criou uma empresa de alimento saudável que hoje fatura R$ 500 milhões

Esta empresária catarinense faz R$ 100 milhões com uma farmácia de manipulação para pets

Companhia aérea do Líbano mantém voos e é considerada a 'mais corajosa do mundo'