Companhia espera repetir em 2011 o mesmo volume de captações feitas em 2010 (Germano Luders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 13 de dezembro de 2010 às 16h47.
Rio de Janeiro - O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, afirmou hoje que a companhia já concluiu as captações que esperava fazer em 2010, num total entre US$ 15 bilhões e US$ 16 bilhões. A maior parte das operações foi feita junto a bancos internacionais de fomento e incentivo às exportações norte-americanos, europeus e asiáticos, mas também houve algum volume contratado no sistema bancário brasileiro.
"Por não se tratar de um bond, não são operações públicas e, por isso, não as detalhamos", disse o diretor, em rápida entrevista após receber o prêmio Equilibrista do Ano, do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef).
Segundo ele, a companhia deve repetir em 2011 o mesmo volume de captações feitas em 2010. A Petrobras deverá captar até US$ 40 bilhões nos próximos quatro anos para cumprir seu plano de investimentos, que passa por uma revisão. O volume vai se juntar ao total resultante da capitalização realizada em setembro e ao fluxo de caixa da companhia.
"Temos condições de caixa para cumprir o plano do próximo ano, que prevê investimentos de US$ 45 bilhões, mas não podemos esperar zerar o caixa para buscar os recursos no mercado. O melhor momento para se contrair dívida é quando há recursos em caixa, porque diminui o risco", disse. Ele não quis detalhar se o volume de investimentos feitos pela Petrobras em 2010 deverá atingir os US$ 45 bilhões previstos.
Financiamento de fornecedor
Barbassa disse que até o final do primeiro trimestre de 2011 deverá ser concluído o teste piloto do Programa Progredir, que visa financiar fornecedores da estatal até a quinta geração. A perspectiva é de que o programa financie todo o pacote de compras da estatal, que hoje está em torno de US$ 1 bilhão por mês.
A iniciativa foi desenvolvida em conjunto com seis dos maiores bancos de varejo em operação no Brasil (Bradesco, Banco do Brasil, Santander, Caixa Econômica Federal, HSBC e Itaú Unibanco), com o BNDES, com o Programa Nacional de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás (Prominp) e com entidades de classe representativas da indústria fornecedora de bens e serviços no País.
O Programa Progredir se destina a todos os fornecedores da Petrobras, diretos e indiretos, com foco especial naqueles que têm maior dificuldade para obter financiamentos e aumentar sua produção. O crédito não envolverá recursos da Petrobras, mas a companhia será o elemento âncora do programa, já que os recebíveis gerados pela Petrobras proverão maior suporte e garantia à concessão de crédito para toda a sua cadeia de fornecimento.
"A questão é que apenas os fornecedores de primeira geração conseguiam financiamentos. As pequenas e médias empresas é que acabam não tendo por onde se financiar", disse Barbassa.