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Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2013 às 19h36.
Rio - Após atraso de quatro meses, a Petrobras anunciou nesta terça-feira, 12, o início da produção do campo de Papa-Terra, na Bacia de Campos, no Rio. O óleo foi extraído na segunda-feira, 11, após a chegada do navio-plataforma P-63, que sofreu sucessivos atrasos em seu cronograma.
Com estimativa de produção de 140 mil barris de petróleo por dia, o projeto é considerado um dos "mais complexos" da empresa por estar relacionado às condições geológicas do campo. Localizado em águas profundas, com profundidade de 1.200 metros, o Papa-Terra tem baixo grau API, uma classificação internacional de qualidade do óleo. Pelo padrão, quanto maior o indicador, que chega até o grau 50, maior a qualidade. A avaliação da estatal indica um grau entre 14 e 17, o que indica pouco aproveitamento na produção de derivados.
Para contornar as dificuldades, a Petrobrás afirma ter adotado "diversas soluções inovadoras" na operação do campo. Uma delas é o uso de tubulação submarina flexível para suportar a pressão do óleo mais pesado. No campo, também vai operar a plataforma P-61, que deve chegar à região até o final do mês, segundo a empresa, e iniciar a operação no próximo ano.
A plataforma será a primeira no País do tipo TLWP (Tension Leg Well Platform), com válvulas de controle na própria plataforma, além de sondas chinesas ainda não integradas à embarcação. Ao todo, serão 18 poços ligados às plataformas. A P-61 deve operar em 2014, segundo estimativa da empresa. A operação no campo também produzirá 1 milhão de metros cúbicos de gás natural.
O campo de Papa Terra foi descoberto em 2003 e fica localizado a 110 km ao sudeste do Rio. A exploração do campo acontece em parceria entre a Petrobrás, responsável pela operação, e a Chevron, que detém 37,5 % de participação. Em comunicado divulgado ao mercado, a empresa afirmou que o "sucesso" em Papa-Terra é "o resultado de uma parceria sólida" entre as empresas e que representa "um importante passo no sentido de cumprir a meta de crescimento que temos definida para 2017."