Petrobras: no período de abril a junho, suas contas tinham sido fortemente afetadas pelas quedas bruscas da cotação da commodity (Germano Lüders/Exame)
Estadão Conteúdo
Publicado em 28 de outubro de 2020 às 20h29.
Última atualização em 28 de outubro de 2020 às 20h43.
O cenário na indústria do petróleo melhorou, mas não o suficiente para evitar que a Petrobras registrasse prejuízo de 1,54 bilhão de reais no terceiro trimestre deste ano. De julho a setembro, o preço do petróleo no mercado internacional e a produção da petrolífera estatal subiram. As melhores oportunidades podem estar nas empresas que fazem a diferença no mundo. Veja como, com a EXAME Research
O consumo interno também deu sinais de recuperação e, cada vez mais, as refinarias brasileiras são acionadas para produzir derivados, como gasolina e óleo diesel, e substituir importações.
Despesas financeiras inesperadas, que não acontecem com frequência, no entanto, não ajudaram, o que levou a petrolífera estatal a fechar o terceiro trimestre consecutivo do ano com resultado negativo.
A perda bilionária do período, porém, é 43% menor do que a do trimestre anterior, de 2,7 bilhões de reais. No período de abril a junho, suas contas tinham sido fortemente afetadas pelas quedas bruscas da cotação da commodity e da demanda por combustíveis, por causa da pandemia de covid-19. Essas dificuldades já não pesam tanto no caixa da companhia.
O que prejudicou de fato dessa vez foi a adesão a programas de anistia tributária e um prêmio pago na recompra de títulos, o que custou 4,7 bilhões de reais. Não fosse isso, o lucro líquido teria sido de 3,2 bilhões de reais e a geração de caixa de 37,3 bilhões de reais.
"A rápida resposta à recessão global está começando a dar resultados", afirmou o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, na carta de apresentação do resultado financeiro aos investidores. Ele acrescentou, contudo, que "há desafios difíceis à frente" e que a ideia continua a ser "maximizar valor e não produção". Com isso, sinaliza que vai continuar focando nas finanças e na remuneração dos investidores.
Analistas de bancos e corretoras já esperavam pelo prejuízo. Segundo projeção do Estadão/Broadcast, que consultou quatro casas (Credit Suisse, XP Investimentos, Itaú BBA e Bradesco BBI) a perda seria de 1,5 bilhão de reais. Todos eles elogiaram, no entanto, os resultados operacionais divulgados previamente pela companhia. A avaliação é que a empresa vai bem, só falta a atividade econômica do país ajudar.