Diesel e gasolina: apenas essa carga exportada representaria o maior volume mensal de diesel vendido pelo país ao mercado externo desde março de 2014 (QUATRO RODAS)
Da Redação
Publicado em 11 de abril de 2016 às 17h49.
Rio de Janeiro - A Petrobras exportou em março uma carga de 50 milhões de litros de diesel para a Argentina, a primeira grande exportação do combustível neste ano, uma forma de a empresa lidar com a fraqueza do mercado interno, afirmou fonte da empresa à Reuters.
Apenas essa carga exportada representaria o maior volume mensal de diesel vendido pelo país ao mercado externo desde março de 2014, quando o Brasil exportou 59,9 milhões de litros, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Ainda que a Petrobras seja uma importadora líquida de petróleo e derivados, a estatal está atenta a oportunidades de exportação, acrescentou a fonte, na condição de anonimato, explicando que os negócios com o exterior ajudam a estatal a reduzir o excedente, em momento em que as vendas de combustíveis estão em retração no Brasil, afetadas pela recessão.
"Estamos sempre olhando e tentando abrir novas janelas e oportunidades. Achamos que pelas condições que temos de preço, frete e logística, o Atlântico Sul, na parte mais baixa (do Atlântico Sul), é uma oportunidade", disse a fonte.
Em fevereiro deste ano, o Brasil exportou apenas 500 mil litros de diesel, segundo a ANP, enquanto o volume de março, segundo a fonte, representaria mais 60 por cento de todo o combustível exportado em 2015 (81,2 milhões de litros).
"Temos competitividade no Atlântico Sul e estamos olhando para nossos vizinhos. No passado, já exportamos muito para Paraguai e outros países da região e estamos novamente de olho", declarou a fonte.
A fonte da Petrobras evitou afirmar se essa exportação relativamente elevada representa uma tendência, enquanto o mercado interno está fraco e a estatal está com alto nível de utilização da sua capacidade instalada.
Segundo a fonte, na média do ano, as unidades operam com mais de 92 por cento de sua capacidade instalada, contra uma média de pouco mais de 90 por cento em 2015.
A empresa não trabalha como meta para exportação este ano e enxerga essa possibilidade de venda externa como "um canal de oportunidades".
Com a demanda em queda e maior otimização das refinarias, a estatal também tem importado menos no começo deste ano.
Segundo a fonte, a importação média de diesel até agora está entre 150 mil e 200 mil barris ao dia e de gasolina "vem sendo algo bem baixo".
As importações de todos os derivados somaram 256 mil barris por dia em média, em 2015, segundo dados da companhia.
No primeiro bimestre, segundo dados da ANP, as importações de diesel e gasolina recuaram mais de 60 por cento na comparação com o mesmo período do ano passado.