Chaminé em plataforma de petróleo da Petrobras: a estatal é a petroleira mais endividada do mundo (Sérgio Moraes/Reuters)
Da Redação
Publicado em 15 de março de 2014 às 17h24.
Rio de Janeiro - A Petrobras deve fazer fortes esforços para cortar sua dívida ou arriscar um corte na nota de crédito que poderia prejudicar os planos de investimento com o aumento dos custos, disse o Conselho Fiscal da estatal de petróleo.
A dívida líquida subiu para mais de 3,5 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) em 2013, um nível mais de 40 por cento acima da meta da empresa de 2,5 vezes o Ebitda.
Os comentários do Conselho foram feitos em uma reunião no dia 25 de fevereiro, cuja ata foi publicada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na sexta-feira.
Com 114,3 bilhões de dólares em dívida no fim de 2013, a Petrobras é a petroleira mais endividada do mundo, segundo dados da Thomson Reuters.
O aumento na dívida da Petrobras, provocada pelo controle do governo nos preços de combustível e perdas com as importações crescentes de gasolina e diesel, aumentou a preocupação de que a empresa pode ter problemas para pagar seu plano de investimentos de cinco anos de 221 bilhões de dólares.
"Os membros recomendam à administração da companhia que envide esforços para reduzir a alavancagem da Petrobras tendo em vista que a deterioração deste múltiplo põe em risco o atual rating de crédito, podendo afetar tanto os volumes como os custos de futuras captações para financiamento do plano de investimentos da companhia", disse o Conselho Fiscal na ata.
Em outubro, a agência de classificação de riscos Moody's cortou o rating de longo prazo da Petrobras de A3 para Baa1, por preocupações com a alta alavancagem financeira e o fluxo de caixa negativo da estatal brasileira.
No início desta semana, a Petrobras vendeu 8,5 bilhões de dólares em bônus para ajudar a financiar seu plano de investimento.