Com o aumento da demanda associado ao preço mais vantajoso frente ao etanol, a Petrobras teve de importar gasolina pela primeira vez em muitos anos (André Valentim/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 20 de junho de 2011 às 20h20.
Rio de Janeiro - A Petrobras espera que as importações de gasolina em 2011, utilizadas para cobrir o aumento sazonal da demanda do produto no Brasil, fiquem abaixo das registradas em 2010, disse à Reuters o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, nesta quarta-feira.
"Esperamos este ano que o volume de importação não seja tão grande como o do ano passado", afirmou Gabrielli. A Petrobras precisou importar cerca de 3 milhões de barris de gasolina no ano passado, a primeira vez em muitos anos, devido ao aumento da demanda pelo combustível associada ao preço mais vantajoso frente ao etanol, que teve o preço elevado no período da entressafra.
A Petrobras, que não ampliou expressivamente a capacidade de refino nas últimas décadas e tem pouca capacidade ociosa para ser utilizada, tinha dito recentemente que não estava retomando importações de gasolina. O diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, afirmou em novembro que a empresa poderia ampliar a produção de gasolina em suas refinarias em 30 mil barris por dia, para atender ao crescimento do consumo e evitar a importação. Em dezembro, as vendas de gasolina foram recordes no país.
Gabrielli não forneceu detalhes sobre a época e o volume das importações, mas traders de derivados de petróleo afirmaram que a Petrobras tem sido ativa compradora de gasolina do Golfo do México norte-americano e de nafta da Rússia nos últimos dias.
A nafta é um derivado de petróleo usado na indústria petroquímica que também pode ser utilizada para a produção de gasolina.
Gabrielli disse que o nível de alavancagem da companhia poderia alcançar cerca de 30 por cento (relação dívida/Ebitda) até 2014 mantidas as políticas atuais de financiamento utilizadas pela companhia.
O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, afirmou em dezembro que a Petrobras planeja levantar entre 15 e 16 bilhões de dólares em títulos e empréstimos em 2011, praticamente o mesmo volume de recursos de 2010. Os recursos em sua maioria serão utilizados nas operações do pré-sal e em áreas descobertas pela companhia na última década.