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Petrobras e Vale avaliam parceria para projeto bilionário em Sergipe

Mineradora tem interesse em implementar um grande projeto de produção de potássio no Nordeste, mas os direitos de exploração da área estão em poder da estatal brasileira

Mina de Potássio da Vale em Taquari, Vassouras (Agência Vale/EXAME.com)

Mina de Potássio da Vale em Taquari, Vassouras (Agência Vale/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2011 às 15h38.

Rio de Janeiro - A Petrobras e a mineradora Vale estão avaliando a possibilidade de uma associação para explorar potássio e petróleo na mesma área, em projeto bilionário em Sergipe, informou o presidente da petroleira, José Sergio Gabrielli, nesta terça-feira.

"Estamos discutindo questões técnicas de cavernas e poços, como combinar risco de gás com risco de produção de potássio. São problemas técnicos", afirmou Gabrielli a jornalistas durante encontro de final de ano com a imprensa na sede da empresa, no Rio. "Evitar explosão é um dos problemas principais, exatamente por isso que é problemático", acrescentou.

A Vale tem interesse em implementar um grande projeto de produção de potássio em área no Sergipe cujos direitos de exploração estão em poder da Petrobras. Na mesma área está localizado o campo de Carmópolis, o segundo maior produtor de óleo em terra, onde a Petrobras já explora petróleo há décadas.

Indagado por esta reportagem sobre a possibilidade de a Petrobras abrir mão do petróleo ali, o diretor de Exploração e Produção da estatal, Guilherme Estrella, foi contundente ao afirmar que a premissa básica do negócio é que a produção de petróleo é prioritária.

"A Petrobras certamente não vai abrir mão dos volumes que têm naquela área de Carmópolis em que se sobrepõem a possibilidade de lavra de sais de potássio e petróleo", respondeu Estrella.

"O que está se vislumbrando e estudando é a possibilidade de lavra de potássio e petróleo concomitantemente. Mas isso vai demorar um certo tempo porque envolve parte técnica muito sofisticada".

Gabrielli ponderou que a interface entre petróleo e potássio ocorre em área muito pequena em relação à área total que está em discussão com a Vale.

Segundo uma fonte ligada ao processo, o método de exploração de potássio que a Vale pretende usar na região, de dissolução da rocha de carnalita, pode deteriorar a estrutura que mantém os depósitos de petróleo. Outro problema é que a extração de petróleo e potássio pode ocasionar explosões provocadas pelos hidrocarbonetos.

A Vale já tem um contrato de arrendamento com a Petrobras pelo qual produz potássio na região a partir da mina de Taquari-Vassouras.

O objetivo da Vale é ampliar a produção de potássio em mais de três vezes a partir da exploração de outras minas que ficam na área da Petrobras.

A Vale já explora a mina de potássio arrendada da Petrobras em Sergipe desde 1991 e produz cloreto de potássio a partir dos sais de silvinita, num volume de cerca de 700 mil toneladas anuais.

Avaliado em cerca de 4 bilhões de dólares, o projeto é considerado pelo governo importante para reduzir as importações de potássio, estimadas em mais de 90 por cento do consumo.

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