O estímulo de Dilma Rousseff às usinas para transformar uma safra recorde de cana em etanol ajudará a Petrobras a reduzir os prejuízos de US$ 17,5 bilhões na divisão de abastecimento em 2012 (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Da Redação
Publicado em 15 de maio de 2013 às 09h40.
São Paulo - A Petróleo Brasileiro SA deve ser a maior beneficiada com as medidas do governo para elevar a produção de etanol, tendo em vista que o aumento do fornecimento de biocombustível diminui a necessidade de vender gasolina importada com prejuízo.
A crescente demanda por etanol feito de cana-de-açúcar vai ajudar a Petrobras, com sede no Rio de Janeiro, a reduzir em cerca de 20 por cento as importações de gasolina neste ano, para uma média de 52.415 barris por dia, disse Salim Morsy, analista da Bloomberg New Energy Finance em São Paulo.
Para as usinas, como a São Martinho SA e a Biosev SA, as isenções fiscais e o aumento do percentual obrigatório de etanol misturado à gasolina não serão suficientes para compensar uma queda de 48 por cento nos preços do açúcar desde o começo de 2011, segundo a Unica, União da Indústria de Cana-de-Açúcar.
O estímulo da presidente Dilma Rousseff às usinas para transformar uma safra recorde de cana em etanol ajudará a Petrobras a reduzir os prejuízos de US$ 17,5 bilhões na sua divisão de abastecimento no ano passado.
A Petrobras também se beneficia por ser a segunda maior acionista da fabricante de petroquímicos Braskem SA, que recebeu incentivos fiscais, junto com as processadoras de etanol, a partir desse mês, segundo Carolina Flesch, analista de renda variável do Banco do Brasil SA.
“Estamos falando de um pacote de medidas que, combinadas com cortes de custos e maior produção, devem ajudar a empresa a melhorar margens”, disse Flesch, que elevou a Petrobras de manter para o equivalente a comprar depois que os incentivos foram anunciados em 23 de abril. “Estou otimista quanto aos próximos trimestres”, acrescentou em entrevista por telefone de São Paulo.
A Petrobras não quis comentar as importações de combustível e os benefícios da produção maior de etanol, quando contactada pela Bloomberg, segundo um representante da empresa, que não quis se identificar em atendimento à política da empresa.
A petrolífera tem classificação comprar de 13 analistas compilados pela Bloomberg. Sete recomendam manter a ação. Nenhum recomenda a venda.