Petrobras: ele lembrou que para o próximo biênio 2017-2018 a companhia pretende desinvestir mais US$ 19 bilhões (Tânia Rêgo/Agência Brasil/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 28 de novembro de 2016 às 18h28.
Última atualização em 28 de novembro de 2016 às 19h36.
São Paulo - Até o fim do ano a Petrobras deve anunciar novos desinvestimentos em parcerias, indicou nesta segunda-feira, 28, o presidente da estatal, Pedro Parente.
De acordo com ele, ao longo do ano a companhia já anunciou US$ 11 bilhões em transações.
"Teremos de anunciar outras para cumpir meta de US$ 15,1 bilhões", afirmou, durante apresentação do Plano de Negócios da companhia no Unica Fórum que acontece nesta segunda em São Paulo.
Ele lembrou que para o próximo biênio 2017-2018 a companhia pretende desinvestir mais US$ 19 bilhões, totalizando US$ 34,6 bilhões em parcerias e desinvestimentos e reiterou áreas que serão desmobilizadas no movimento de "otimização de portfólio, como produção de biocombustíveis, distribuição de GLP (gás de cozinha), produção de fertilizantes e das participações da companhia na petroquímica".
Etanol
A diferença entre a oferta e a demanda de derivados de petróleo no Brasil pode alcançar entre 3 milhões e 10 milhões de metros cúbicos (m3) em 2030, o que significa entre 160 mil e 200 mil barris por dia (bpd), em função da inexistência de refinarias, estimouParente.
Diante disso, o executivo avalia que existe uma oportunidade favorável para o desenvolvimento do setor de etanol no País.
"Vemos de um lado um potencial importante, pelo fato de que vai ter uma diferenciação importante entre demanda e oferta", comentou Parente, durante o Unica Fórum, que reúne agentes do setor sucroenergético, acrescentando também a vantagem do etanol como "substituto renovável, que gera todas as vantagens, em especial emprego e renda para o País".
Para Parente, que já foi do conselho da Unica, a dificuldade no desenvolvimento do setor está relacionada a "problemas específicos".
"As questões do setor devem ser endereçadas por políticas públicas", disse, considerando que é importante redesenhar um programa que estimule adequadamente o setor.
Ele salientou o fato de a indústria do etanol ser intensiva em capital e requerer investimentos que só têm retorno no longo prazo, dado também que o ciclo da cana é de cinco anos.
O presidente da Petrobras também destacou questões relacionadas a impostos que incidem sobre o etanol.
"Uma coisa é o valor da Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico (Cide) para lidar com diferenciais favoráveis em relação aos produtos fósseis, e taxação estadual, uma vez que há Estados que favorecem o etanol e outros que não", afirmou.