Havana - A Petrobras desistiu de realizar prospecções petrolíferas em águas do litoral norte de Cuba, confirmou nesta quinta-feira em Havana o assessor especial da Presidência brasileira, Marco Aurélio Garcia.

"Nós sentimos muito e a verdade é que... o Brasil precisa se concentrar em sua própria exploração de petróleo", manifestou Garcia a correspondentes em seu último dia em Cuba, onde na segunda-feira foi recebido pelo presidente Raúl Castro.

O assessor presidencial indicou que a Petrobras decidiu se retirar do projeto porque "trabalhar com elementos tangíveis e não havia segurança sobre isso nesse bloco".

No entanto, indicou que a colaboração da Petrobras com Cuba "poderá se desenvolver plenamente" no setor de óleos lubrificantes, em referência a um projeto anunciado em 2008 para criar uma empresa mista do produto.

Cuba tem 112 mil quilômetros quadrados no Golfo do México, o que chama de Zona Econômica Exclusiva (ZEE), onde a Petrobras assumiu um bloco em 2008.

A empresa brasileira anunciou em 2009 a abertura de um escritório em Havana para "acompanhar" o processo de prospecção de petróleo na região e adiantou que ampliaria sua representação na ilha se decidisse avançar à etapa de perfuração, o que acabou não acontecendo.

À margem deste assunto, Marco Aurélio Garcia destacou nesta quinta-feira o "excelente estado" das relações bilaterais com Cuba.

Comentou o bom andamento do projeto para a ampliação do porto de Mariel, no qual estão associadas empresas brasileiras e cubanas, e onde o investimento total rondará US$ 800 milhões.

O assessor presidencial acredita que o porto de Mariel, cujas obras pôde visitar durante sua estadia em Cuba, deve estar em condições de operação para 2014.

Durante sua estadia em Cuba, Garcia também se reuniu com os ministros cubanos de Relações Exteriores, Bruno Rodríguez, de Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro, Rodrigo Malmierca, e Cultura, Abel Prieto.