No final de julho a Petrobras anunciou em seu Plano de Negócios 2011-2015 que a PBio iria investir 4,1 bilhões de dólares no período (Petrobras/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 11 de agosto de 2011 às 19h23.
São Paulo - A Petrobras Biocombustível, braço da estatal para combustíveis renováveis, prevê investir 30 por cento do orçamento de 1,9 bilhão de dólares que dispõe para etanol --ou cerca de 570 milhões de dólares-- em aquisições no setor, afirmou o presidente da subsidiária, Miguel Rossetto.
Segundo ele, para expandir a produção de etanol a empresa vai atuar principalmente em projetos greenfield, voltados para a construção de novas usinas. Mas também haverá investimento em aumento da capacidade de moagem de unidades já existentes e em renovação de canaviais, para elevar a produtividade.
Os investimentos serão realizados prioritariamente a partir das parcerias já feitas com as empresas Guarani, Nova Fronteira e Total Agroindústria Canavieira, informou Rossetto.
O objetivo é chegar em 2015 com produção de 5,6 bilhões de litros de etanol contra a produção de 1,5 bilhão de litros em 2011, um crescimento de 273 por cento.
No próximo dia 26, a empresa inaugura no interior de São Paulo a destilaria São José, da Guarani, uma das parceiras da Petrobras Biocombustível (PBio). A unidade terá capacidade para produzir 100 mil metros cúbicos de etanol.
"Nosso plano de negócios deixou uma mensagem clara, vamos aumentar nossa capacidade de produção para abastecer o mercado nacional nos próximos anos", disse o executivo, reforçando a projeção de atingir 12 por cento do mercado até 2015, da posição de 5,3 por cento.
No final de julho a Petrobras anunciou em seu Plano de Negócios 2011-2015 que a PBio iria investir 4,1 bilhões de dólares no período, sendo 1,9 bilhão de dólares para etanol, o mesmo volume de recursos previsto no plano anterior, de 2010 a 2014.
A logística para etanol receberá 1,3 bilhão de dólares e os programas de biodiesel e o de pesquisa e desenvolvimento da empresa receberão 600 e 300 milhões de dólares respectivamente.
A meta é atingir produção de 855 mil metros cúbicos de biodiesel até 2015, alta de 16 por cento ante a produção atual. Rossetto informou que a PBio pretende concentrar a produção de biodiesel no Estado do Pará a partir da palma.
"Vamos produzir (biodiesel) a partir do óleo de palma no Pará e queremos também acessar o mercado europeu através de Portugal", disse o executivo, que já tem uma parceria com a Galp.
Ampliação em Goiás
Rossetto informou que até a primeira quinzena de setembro será concluído estudo para ampliação da usina Boa Vista, no município de Quirinópolis, em Goiás, que integra a Nova Fronteira, empresa formada pela parceria entre a Petrobras Biocombustível e o Grupo São Martinho.
Ele disse no entanto que ainda não foi decidido o volume que será adicionado à produção atual de 200 mil litros do biocombustível.
"Ainda estamos avaliando o tamanho da ampliação, mas vai ser um investimento forte", alertou.
A empresa planeja também aproveitar a usina da Guarani em Moçambique, hoje produtora de açúcar, para fazer etanol voltado para o mercado africano.
"Moçambique disciplinou o estanol a partir de 2012 e estamos analisando entrar nesse mercado", explicou.
Ele negou que a ida para Moçambique tenha um apelo do governo brasileiro, e não uma decisão empresarial.
"Todos os projetos da PBio devem responder a uma taxa mínima de rentabilidade", afirmou.
Já o Japão, país que motivou o incremento do programa de etanol da Petrobras anos atrás, mas cujos projetos nunca saíram do papel, continua na mira da PBio, afirmou Rosseto, que vê no mercado nipônico um grande potencial para energia renováveis após o terremoto que danificou a usina nuclear de Fushukima.