Negócios

Petrobras Argentina gera suspeição em venda de ativos

A venda de uma refinaria e 300 postos de serviços ao grupo Indalo é suspeita de ter sido feita mediante pagamento de propinas


	Sede da Petrobras: foram encontradas contradições nos contratos
 (Vanderlei Almeida/AFP)

Sede da Petrobras: foram encontradas contradições nos contratos (Vanderlei Almeida/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h49.

Buenos Aires - Contratos e recibos assinados pelo intermediário da venda de ativos da Petrobras Argentina ao empresário local Cristóbal López, dono do Grupo Indalo, registram "sérias inconsistências e contradições", segundo análise de especialistas consultados pelo jornal argentino La Nación. A venda de uma refinaria e 300 postos de serviços é suspeita de ter sido feita mediante pagamento de propinas.

Segundo o jornal, há problemas em documentos do argentino Jorge Rottemberg, que teria recebido US$ 8,8 milhões de López e utilizado um "contrato de cessão de direitos à cobrança" para transferir o valor, em menos de 24 horas, por meio de uma empresa uruguaia, a um escritório brasileiro vinculado a João Augusto Henriques, que teria admitido a existência de subornos à revista brasileira Época.

Na análise do presidente da ONG Contadores Forenses, Alfredo Popritkin, algumas das contradições do contrato de cessão dizem respeito à "ausência de descrição do tipo de serviço e honorários gerados pelas comissões de até US$ 10 milhões".

Popritkin afirmou ainda que quanto mais baixo fosse o preço da transação maiores seriam a comissão e os honorários, "o que é pouco comum em operações legítimas".

Um segundo perito ouvido pelo jornal também apontou no contrato a falta do recibo de pagamento do "imposto de selos" na cidade de Buenos Aires, consignando a assinatura e a data que seria feita a cessão.

Ele notou ainda que López deixou nas mãos de Rottemberg a decisão de determinar o preço da compra dos ativos da Petrobras. Rottemberg, por sua vez, cedeu o contrato com essa faculdade ao escritório de Henriques. Ou seja, na prática, López deixou que um terceiro decidisse o valor que pagou pelos ativos que comprou.

Acompanhe tudo sobre:acordos-empresariaisAmérica LatinaArgentinaCapitalização da PetrobrasEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasGás e combustíveisIndústria do petróleoPetrobrasPetróleo

Mais de Negócios

A voz está prestes a virar o novo ‘reconhecimento facial’. Conheça a startup brasileira por trás

Após perder 52 quilos, ele criou uma empresa de alimento saudável que hoje fatura R$ 500 milhões

Esta empresária catarinense faz R$ 100 milhões com uma farmácia de manipulação para pets

Companhia aérea do Líbano mantém voos e é considerada a 'mais corajosa do mundo'