Plataforma da Petrobras: o campo de Sapinhoá é operado pela Petrobras (45%), em parceria com a BG E&P Brasil Ltda(30%) e a Repsol Sinopec Brasil S.A. (25%) (André Valentim/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 20 de fevereiro de 2014 às 13h44.
São Paulo - A Petrobras informa que entrou em produção, na terça-feira, 18, às 17h15, o poço 9-SPS-77A, no campo de Sapinhoá, no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos.
Conforme o comunicado, esse poço, com produção de 33 mil barris de petróleo por dia, está interligado ao FPSO Cidade de São Paulo por um sistema pioneiro de conexão à plataforma.
Por esse sistema, o trecho ascendente das tubulações de produção é sustentado por uma boia submersa ancorada a 240 m de profundidade. O poço está localizado a uma profundidade dágua de 2.118 m.
Ainda segundo a nota, na posição em que está instalada, a boia de sustentação dos dutos, denominada BSR (Boia de Sustentação de Risers), está imune aos movimentos da plataforma.
"Esse sistema inovador viabiliza o uso, em partes do projeto, de dutos rígidos de aço (Steel Catenary Risers - SCR) em lâminas d'água de grandes profundidades", afirma a estatal. A boia, que mede 40m x 52m e pesa 1.936 toneladas, está ancorada por oito tendões de aço de 1.828 m cada, conectados a quatro estacas fixadas no leito marinho.
O sistema foi construído e instalado pela empresa Subsea 7, e a instalação dessa boia, que tem capacidade para comportar dutos de três poços produtores e dois injetores, começou em julho de 2013. "Esse trabalho enfrentou e superou diversas dificuldades, devido às condições meteorológicas no período de inverno e ao pioneirismo do projeto", diz a estatal.
A instalação da boia foi concluída em 25 de dezembro de 2013. Em 22 de janeiro concluiu-se a instalação dos dutos rígidos de aço para a interligação dos primeiros dois poços.
A conexão do poço 9-SPS-77 ao FPSO foi finalizada em 17 de fevereiro, com a instalação dos dutos flexíveis e sua abertura para produção no dia seguinte. O próximo poço produtor deverá ser interligado ao FPSO Cidade de São Paulo até o final do primeiro trimestre.
A estatal explica também, no comunicado, que essa foi a primeira boia de uma série de quatro sistemas semelhantes contratados para serem instalados nos campos do pré-sal da Bacia de Santos. Desses, dois no campo de Sapinhoá (Projeto Piloto de Sapinhoá - FPSO Cidade de São Paulo) e dois no campo de Lula, no Projeto Piloto de Lula Nordeste - com o FPSO Cidade de Paraty.
O FPSO Cidade de São Paulo tem capacidade para processar até 120 mil barris de petróleo por dia e está em operação desde 5 de janeiro de 2013, quando foi interligado diretamente ao poço SPS-55. O FPSO Cidade de Paraty, com capacidade para processar até 120 mil barris de petróleo por dia, entrou em operação no dia 6 de junho de 2013, com a produção do poço LL-11, também interligado diretamente à plataforma.
Segundo a Petrobras, a instalação da segunda boia, destinada ao campo de Lula, foi concluída em 7 de fevereiro, em menos de um terço do tempo gasto para instalar a primeira, graças às melhorias introduzidas nos procedimentos de instalação.
"Nessa boia estão sendo conectados, agora, os dutos rígidos de aço para escoamento da produção, que deverá começar no segundo trimestre deste ano".
A terceira boia, destinada ao campo de Sapinhoá, já está na locação definitiva desde o dia 10 de Fevereiro, de acordo com o comunicado. A conexão às fundações já foi iniciada, com a fixação dos tendões de aço. A instalação deverá ser concluída ainda neste trimestre.
A quarta e última boia, por sua vez, destinada ao campo de Lula, está fundeada em águas abrigadas, na área de São Sebastião, pronta para navegar até a locação final. Ela deverá sair para a locação no próximo mês de março e a instalação deverá estar concluída no segundo trimestre deste ano.
"Com a instalação dessas boias e a interligação dos demais poços, a produção dos FPSOs Cidade de São Paulo e Cidade de Paraty continuará a crescer gradualmente até atingir o pico, previsto ainda para o ano de 2014", diz a Petrobras.
O campo de Sapinhoá é operado pela Petrobras (45%), em parceria com a BG E&P Brasil Ltda(30%) e a Repsol Sinopec Brasil S.A. (25%). O campo de Lula é operado pela Petrobras (65%), em parceria com a BG E&P Brasil Ltda (25%) e a Petrogal Brasil S.A. (10%).