Edifício-sede da Petrobras: "a estratégia da Petrobras tem sido, às vezes, conduzida pelos objetivos do governo", diz Fitch (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 13 de fevereiro de 2015 às 18h40.
Chicago - Os fortes vínculos políticos e de negócios entre a Petrobras e o governo brasileiro colocam em destaque a importância da viabilidade da empresa e indicam que o governo vai dar apoio direto e indireto à companhia em momentos de adversidade.
É o que diz o relatório "Petrobras, um Labirinto Político", da Fitch Ratings.
O documento sobre a Petrobras é o décimo e último relatório da série sobre as dez companhias que estão entre as dez ações latino-americanas mais negociadas, que a Fitch vem publicando diariamente desde o começo de fevereiro.
"A estratégia da Petrobras tem sido, às vezes, conduzida pelos objetivos do governo, ao invés de fundamentos econômicos e de negócios fortes. O governo brasileiro tem buscado objetivos macroeconômicos e sociais por meio dos controles de preço sobre a gasolina e o diesel e conduzido a Petrobras a ajudar na criação de empregos locais ao implementar exigências de conteúdo local potencialmente ineficazes economicamente", disse Lucas Aristizábal, diretor sênior da Fitch.
A agência estima que "a Petrobras precisará de pelo menos US$ 15 bilhões em financiamento para preservar liquidez, cobrir US$ 11 bilhões em dívida a vencer em 2015, e qualquer déficit no fluxo livre de caixa que a empresa relatar como resultado de seu programa agressivo e rígido de investimentos.
E o rombo poderá ser coberto com recursos disponíveis dos US$ 29 bilhões em dinheiro e em títulos negociáveis relatados em 30 de setembro de 2014.