Represa: projeto prevê o represamento de um rio e a inundação de terras onde pessoas vivem hoje, tornando necessária a realização de vilas (Olli Geibel/AFP)
Da Redação
Publicado em 13 de março de 2014 às 09h32.
Lima - O Peru está negociando com a construtora brasileira OAS sobre a retomada da construção de uma usina hidrelétrica de 4 bilhões de dólares, suspensa desde 2011 devido à oposição de moradores da região, disse uma autoridade nesta quarta-feira.
Jesús Ramírez, gerente-geral da companhia de energia administrada pelo Estado, a Electroperu, disse em uma entrevista que as conversas sobre a retomada do controverso projeto Inambari, de 2 mil megawatts, começaram no ano passado.
Um representante da OAS no Peru disse por telefone que a companhia não comentaria o assunto.
O megaprojeto, na Amazônia peruana perto da fronteira com o Brasil, foi suspenso em junho de 2011 pelo governo do ex-presidente Alan García em meio a protestos feitos pelas comunidades indígenas próximas.
O projeto prevê o represamento de um rio e a inundação de terras onde pessoas vivem hoje, tornando necessária a realização de vilas.
O projeto Inambari, que enfrenta oposição de vários grupos locais e estrangeiros, indignas e ambienta listas, precisa ser construído antes que quatro outras represas planejadas na região possam avançar, disse Ramírez.
Disse que a OAS entrou em contacto com a Electroperu para ajudar na obtenção das licenças ambientais e a obter algum progresso junto às comunidades.
"Estamos falando sobre criar as condições certas... para desenvolver estes projetos social e ambiental mente", disse Ramírez.
O projeto de Inambari têm previsão de gerar o dobro de eletricidade que a maior hidrelétrica do Peru, Man taro, e de criar a base para eventualmente exportar eletricidade para o Brasil, um objetivo de longa data de ambos países.
Ramírez disse que o Peru hoje tem à disposição 20 mil megawatts de potencial hidrelétrico nos rios da amazônia perto da fronteira com o Brasil. As outras represas planejadas na área incluem Inambari, Tambor 1, Tambor 2 e Paquitzapango.
"Estes projeto precisam ser desenvolvidos pois são eles que vão assegurar a eletricidade no longo prazo", disse Ramírez. "Os projetos vão demorar de 10 a 12 anos para serem concluídos", e consumir um investimento total de cerca de 60 bilhões de dólares.