Negócios

Perdigão e o fundo Laep compram a Parmalat

Os credores da companhia, em processo de recuperação judicial há quase um ano, aprovaram a venda

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de julho de 2012 às 18h25.

Os credores da Parmalat Alimentos aprovaram a venda da companhia para o consórcio formado pela Perdigão e o fundo latino-americano Laep, em assembléia realizada na manhã desta sexta-feira (26/5), em São Paulo. A Perdigão deverá ficar com a participação de 51% na fabricante de lácteos Batávia, além de uma fábrica de biscoitos em Jundiaí, no interior paulista, e outra de leite em Garanhuns, em Pernambuco. O restante da companhia ficará sob controle do Laep.

O Laep, comandado pelos sócios brasileiros Marcus Elias e Eduardo Aguinaga, fará um aporte imediato de 20 milhões de reais na companhia. Assim que o juiz homologar o plano de recuperação judicial da Parmalat Alimentos, até o final de junho deste ano, a Perdigão fará o pagamento de 101 milhões de reais para ficar com o controle da Batávia. Mais tarde, o Laep estuda a venda das fábricas de biscoito, no interior paulista, e de leite, em Pernambuco, para a própria Perdigão, pelos valores de 30 milhões de reais cada uma.

A proposta do consórcio entre Perdigão e Laep se mostrou a melhor entre três finalistas escolhidas pelos credores em conjunto com a consultoria Íntegra, gestora da Parmalat, e o banco Pactual, contratado para coordenar a venda. As outras duas eram da fabricante mexicana de lácteos Lala e do GP Investimentos. "A oferta da Perdigão e do Laep foi a única que não impôs condições ao negócio fora do controle dos credores, como a solução da briga com os sócios minoritários da Batávia", disse a EXAME um representante dos credores.

O negócio marca o ingresso da Perdigão, que sofreu os efeitos da gripe aviária nas exportações brasileiras de frango nos últimos meses, no setor de lácteos. A mudança é vista com bons olhos por analistas de mercado. "O negócio diminui o peso das exportações do faturamento da companhia, além de aumentar o portfólio de produtos com valor agregado", diz Tânia Sztamfater, analista do Unibanco.

A Parmalat brasileira está em crise desde 2003, depois do envolvimento da matriz num grave escândalo financeiro. A subsidiária entrou no processo de recuperação judicial há cerca de um ano. O plano de recuperação, que previa a venda da companhia para um novo investidor, foi homologado pelo juiz Alexandre Alves Lazzarini, da Primeira Vara de Recuperação e Falências de Empresas do Tribunal de Justiça de São Paulo, em fevereiro deste ano.

Acompanhe tudo sobre:AlimentaçãoAlimentos processadosBRFCarnes e derivadosEmpresasEmpresas italianasFusões e AquisiçõesIndústrias de alimentosLaepParmalatPerdigão

Mais de Negócios

15 franquias baratas a partir de R$ 300 para quem quer deixar de ser CLT em 2025

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia