Negócios

Pequenas e médias empresas crescem acima do PIB em 2024

Faturamento das PMEs cresceu 4,5% em 2024, puxado pelo Comércio, mas 2025 aponta desaceleração com desafios no crédito e inflação

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 23 de janeiro de 2025 às 11h24.

O faturamento das pequenas e médias empresas (PMEs) no Brasil cresceu 4,5% em 2024, superando o desempenho do PIB, que fechou o ano estimado em 3,5%. Os dados são do Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs), que monitora 736 atividades econômicas nos setores de Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.

O crescimento foi impulsionado principalmente pelo setor de Comércio, que avançou 8,1% no período. O desempenho foi alavancado pelo aumento da renda real das famílias, políticas de transferência de renda e um mercado de trabalho aquecido, com desemprego em 6%, patamar historicamente baixo.

"O crescimento de 2024 reflete uma recuperação econômica em diversos setores, mas já observamos sinais de desaceleração", diz Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores Econômicos da Omie.

Comércio em destaque, mas com desafios setoriais

O setor de Comércio foi o principal motor do crescimento, com atacado e varejo registrando altas de 9% e 6,4%, respectivamente. Produtos alimentícios, bebidas e itens de higiene e limpeza lideraram as vendas. Já no varejo, os destaques foram materiais hidráulicos e elétricos, produtos farmacêuticos e equipamentos de escritório.

Em contrapartida, o setor industrial teve um avanço mais modesto, com crescimento de 2,2% no ano. No quarto trimestre, a retração de 1,5% mostrou as dificuldades enfrentadas pelas PMEs industriais, sobretudo nos subsetores mais dependentes de crédito.

O setor de Serviços cresceu 2,5%, com contribuições relevantes de atividades financeiras, transporte e saúde, embora tenha desacelerado no último trimestre. Já o segmento de Infraestrutura registrou um crescimento tímido de 0,8%, com impacto positivo em áreas como coleta de resíduos e serviços especializados em construção, mas queda em obras de infraestrutura e construção civil.

O que esperar para 2025?

A expectativa é de que o crescimento desacelere para 2,4% em 2025, impactado pelo aumento das taxas de juros e a inflação persistente. O setor de Serviços, que cresceu 2,5% em 2024, deve continuar se beneficiando da resiliência do mercado de trabalho e da renda das famílias. Porém, segmentos mais dependentes de crédito, como Indústria e Construção Civil, tendem a enfrentar maiores dificuldades.

Outro ponto de atenção para 2025 é o impacto da Reforma Tributária, prevista para entrar em vigor em 2026. Segundo Beraldi, as empresas já devem começar a se preparar para as mudanças. "O ambiente de negócios neste ano será desafiador, com influências tanto no cenário interno, como a questão fiscal, quanto no externo, como as tensões geopolíticas e o cenário econômico dos EUA", destaca o economista.

Acompanhe tudo sobre:PMEsEmpreendedorismo

Mais de Negócios

Guga e Rafael Kuerten apostam em energia e imóveis nos 30 anos do Grupo GK

Eles acharam uma solução simples para eliminar as taxas na hora da compra

Quem são os bilionários mais amados (e odiados) dos EUA?

Esta empresa já movimentou R$ 100 milhões ao financiar condomínios em crise