FÁBRICA DA PEPSI: com crise no mercado de refrigerantes, a companhia busca se estabelecer com a venda de bebidas esportivas e de petiscos / Wathiq Khuzaie/Getty Images
Da Redação
Publicado em 28 de setembro de 2016 às 22h19.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h24.
A fabricante de bebidas e alimentos Pepsico divulga hoje seus resultados nos Estados Unidos, e os números devem deixar claro que a empresa está perdendo o gás. Analistas esperam uma queda de 3% no faturamento, dos 16,3 bilhões do ano passado para 15,8 bilhões este ano.
A companhia se vê diretamente atingida pela redução no mercado de refrigerantes. No trimestre terminado em junho, a venda de refrigerantes caiu 2,8% nos Estados Unidos. 2015 foi o pior ano de vendas da bebida em três décadas —o consumo foi 25% menor do que em 1998, quando o mercado atingiu o pico.
A boa notícia, para a companhia, é que seu produto mais conhecido continua importante para as receitas, mas cada vez menos: a divisão de bebidas gaseificadas é responsável por 25% de todo o faturamento.
A companhia registra alta na venda de bebidas por conta do comércio de água, sucos e bebidas esportivas. Este ano, a venda de água superou a de refrigerantes pela primeira vez. Além disso, a companhia fabrica também o Gatorade, isotônico esportivo que domina cerca de 70% do mercado de bebidas esportivas nos Estados Unidos. Para garantir a dominância no mercado, a Pepsico anunciou que passará a vender uma versão orgânica do refresco, em busca de ampliar a base de consumidores e driblar leis locais que taxam bebidas açucaradas.
Outro ponto a favor da Pepsico é a venda de petiscos. Enquanto as vendas totais da companhia vem reportando quedas consecutivas, essa divisão registrou crescimento no faturamento em todos os trimestres desde o início de 2015. Espera-se que o mercado global de snacks e petiscos alcance 630 bilhões de dólares em 2020. O problema, para a Pepscio, é que os nichos que mais crescem são aqueles de alimentos orgânicos, livres de glúten e de transgênicos. Dona de marcas como Lays e Cheetos, a companhia vai precisar continuar se adaptando para sobreviver num mundo cada vez menos amante de sal, açúcar e gorduras.