Hohagen: as redes mudaram a maneira das pessoas contarem suas novidades para os outros (Lola Estudio, cedido por HSM do Brasil)
Tatiana Vaz
Publicado em 5 de novembro de 2012 às 14h58.
São Paulo – Você se lembra do um fax? Ainda tem um videocassete em casa? E o Facebook, já acessou hoje? Diante de uma plateia que, em massa, titubeou ao negar as duas primeiras perguntas e afirmou com convicção a última, Alexandre Hohagen, presidente do Facebook no Brasil, deu início a sua palestra no HSM ExpoManagement, que está sendo realizado hoje em São Paulo, com a frase: o mundo está mudando. E as pessoas também.
De acordo com o executivo, a maneira das pessoas se relacionarem no mundo web mudou em três principais etapas. Durante muito tempo, as relações aconteciam de forma linear, baseada nos meios de comunicação, principalmente rádio e TV. Hoje, a grande massa de informação consumida linearmente passou a ser trocada de forma matemática, com base no conhecimento das multidões, por meio dos buscadores.
“As pessoas também deixaram de querer ser alguém diferente deles na Internet para assumirem hoje o que são, o que pensam, o que gostam, sem medo”, disse Hohagen. “Isso faz com que a Internet seja construída com base na relação real dos amigos na Internet”.
Ainda assim, os comportamentos no mundo não mudaram. As pessoas continuam casando, tendo filhos, querendo ser felizes, querendo se engajar em causas nobres. O que mudou foi a maneira delas contarem as novidades sobre elas para os amigos.
Na era das redes sociais, algumas empresas ainda tropeçam na divulgação de suas marcas. Hohagen afirma que é preciso que as companhias façam a si mesmas duas perguntas, antes de inovar e postar em suas páginas no Facebook: Por que isso é importante? Por que precisa ser compartilhado?
“É preciso analisar o que e como as empresas tem a mostrar aos seus usuários, para que consigam ter um maior compartilhamento a partir de histórias interessantes contatas por elas ao seu público alvo”, disse Alexandre.
Essa nova postura e conexão maior entre as pessoas fez também com que as empresas mudassem a relação que mantinham com seus clientes. “A Nike, por exemplo, investiu em um case interessante com consumidores na rede em vez de investir em uma campanha convencional e mais formal para divulgar seus produtos”, afirmou o executivo.
De acordo com o executivo, o desafio das empresas de saber o que importa ser dito por elas e o que vale a pena ser compartilhado é uma maneira também delas conhecerem melhor seus negócios e questionarem a maneira como elas estão lidando com os clientes, fornecedores, funcionários e acionistas.