Por meio de programas, Nestlé mostra as possibilidades de um futuro promissor nas zonas rurais aos jovens (pixdeluxe/Getty Images)
O mundo dos negócios entrou, definitivamente, na era do valor compartilhado. Mais do que nunca, os resultados das empresas devem andar de mãos dadas com os benefícios sociais de suas operações. O conceito começou a se disseminar mais fortemente em 2011 nos Estados Unidos, depois que os pesquisadores Michael Porter e Mark Kramer, da Universidade de Harvard, publicaram um artigo com suas ideias a respeito de como operar um negócio dinâmico e, ao mesmo tempo, criar um mundo melhor. Maior empresa de alimentos e bebidas do mundo, a Nestlé, há 96 anos presente no Brasil, está aumentando as ações para atingir exatamente esse compromisso de melhorar a qualidade de vida e contribuir para um futuro mais saudável – em especial, daquelas comunidades diretamente conectadas às suas atividades, tendo em vista a garantia de uma melhor nutrição, saúde e bem-estar para toda a sociedade.
E o que a Nestlé tem feito para criar um futuro melhor? A empresa está plantando novos talentos, no campo e nas cidades, apoiando o desenvolvimento de uma carreira promissora para as novas gerações de profissionais. Nada melhor do que preparar desde já as pessoas que farão a diferença para o país e toda a sociedade no futuro. Como a empresa produz alimentos, uma parte importante de seus fornecedores está nas fazendas, cuidando da qualidade da matéria-prima para chegar até a mesa das pessoas. A Nestlé, então, tem programas para desenvolver os produtores rurais com temas como gestão de negócios, empreendedorismo, controle de qualidade e boas práticas das diversas fases de produção.
Mas a empresa tem ido muito além de tudo isso. Diante do desafio de manter os jovens no campo, já que muitos vão para as cidades em busca de novos horizontes pessoais e profissionais, a companhia começou a mostrar para eles as possibilidades de uma vida baseada no mundo do plantio e da colheita. Dessa maneira, a Nestlé mostrou as possibilidades de um futuro promissor nas zonas rurais, regiões extremamente importantes para o país e a economia. Na iniciativa mais recente, no dia 14 de novembro em Araras, no interior de São Paulo, a empresa realizou o evento Jovens Transformadores em Campo, em parceria com a organização global Ashoka. Na ocasião, foi feita uma roda de conversas sobre os desafios e as oportunidades no campo, incentivando o jovem a pensar na agricultura familiar como uma opção para o seu futuro.
Não é de hoje, porém, que a Nestlé foca as gerações futuras. O evento dos jovens transformadores no campo é apenas mais uma das ações da empresa. Numa iniciativa lançada em 2015, por exemplo, chamada Nutrindo os Sonhos dos Jovens, a companhia se comprometeu a contribuir para a empregabilidade dos jovens no mercado formal de trabalho. A ideia é ajudar na transição entre a fase dos estudos e o primeiro emprego. A iniciativa, que é mundial, atenta às necessidades de cada país. No Brasil, há metas bastante arrojadas. Entre as principais delas, contratar 9 000 pessoas com idade abaixo de 30 anos até 2020 e criar 6 800 novas vagas na companhia dentro dos programas para jovens aprendizes, estagiários ou trainees.
Não faltam casos de sucesso na agricultura brasileira, que é exemplo de produtividade para o mundo todo. O empresário Stenio Lister Orletti vem de uma família que produz café há mais de três décadas, e ele não deixou a tradição para trás. Hoje, é sócio da Robusta Coffee Comércio de Café, empresa de beneficiamento e comércio de café na cidade de Pinheiros, no Espírito Santo, e trabalha com os produtores da região, dando suporte para as melhores práticas agrícolas. Assim como o caso de Orletti, o caminho dos pais também foi seguido por Nilson Araújo Barbosa, administrador rural e cafeicultor. Desde 2006, ele é agente no Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). A paixão pelo campo nasceu em casa, com o seu pai. Hoje, ele faz disso sua profissão.
Todo esse compromisso para manter os jovens no campo está relacionado com uma necessidade importante: o consumidor exige informação das empresas. De acordo com uma pesquisa da consultoria Nielsen, com 30 000 entrevistados em 63 países, a maioria deles prefere alimentos do fabricante que revela como é seu processo de produção. Segundo estimativas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o clube dos países mais desenvolvidos, a classe média mundial crescerá em 2 bilhões de pessoas nos próximos 20 anos. Esses emergentes terão melhor nível educacional e mais acesso à tecnologia, portanto deverão demandar mais informações sobre o que levam à mesa. “Há mais demanda por alimentos no mundo e uma exigência por uma cadeia de produção sustentável”, diz Pedro Malta, gerente de agricultura da Nestlé. “E tudo isso aumenta a relevância dos jovens como fundamentais para o processo de desenvolvimento da agricultura.”