Segundo a Petrobras, 35% da obra já está concluída em Pernambuco (Oscar Cabral/VEJA)
Da Redação
Publicado em 12 de julho de 2011 às 09h06.
São Paulo - A estatal venezuelana Petróleos de Venezuela (PDVSA), que negocia parceria com a Petrobras na refinaria Abreu e Lima (Pernambuco), questiona internamente a petroleira brasileira sobre o valor da obra, segundo fontes ligadas ao processo. Extraoficialmente, o custo da refinaria já atinge US$ 14,4 bilhões; oficialmente a última revisão orçamentária, de 2009, apontou US$ 13,36 bilhões.
Por meio de documentos que circulam entre dirigentes das duas empresas, a PDVSA, que ainda aguarda decisão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sobre o pedido de financiamento dos 40% que pretende assumir na obra, sugere que o custo da refinaria está mais alto do que deveria.
Segundo apurou a reportagem, a PDVSA propôs à Petrobras a contratação de uma consultoria internacional independente para auditar o custo da refinaria, fixado em US$ 4,5 bilhões em 2006, quando começaram os entendimentos para a parceria inédita na área de refino.
Os questionamentos da PDVSA começaram em 2008, quando a obra foi reavaliada e o custo subiu para US$ 10 bilhões. No ano seguinte, três revisões consecutivas elevaram o orçamento para US$ 11,9 bilhões, US$ 12,6 bilhões e US$ 13,36 bilhões. Recentemente, a venezuelana - que não participa do planejamento orçamentário da obra - foi informada sobre a nova previsão, de US$ 14,4 bilhões.
A estatal brasileira, que vem investindo sozinha no projeto, para o qual já destinou R$ 7 bi, estipulara prazo até agosto deste ano para que a venezuelana aporte recursos na construção. Em entrevistas, o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, tem reiterado que a obra ainda não recebeu qualquer quantia da Venezuela.
Segundo a Petrobras, 35% da obra já está concluída. Ela começou no Complexo Industrial Portuário de Suape só com dinheiro da Petrobras, que já investiu R$ 7 bilhões. Pelo acordo, a refinaria processará 230 mil barris por dia. Metade deles produzido na Bacia de Campos (RJ) e metade na Venezuela.
Procurada, a Petrobras, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que não fará comentários sobre o assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.