A PDG espera lançar em 2012 entre R$ 8 bilhões e R$ 9 bilhões, contra estimativa anterior de R$ 9 bilhões a R$ 11 bilhões (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 4 de abril de 2012 às 08h41.
São Paulo - Após adiar em três dias a divulgação dos resultados referentes a 2011, a PDG Realty informou na noite de terça-feira que encerrou o quarto trimestre com prejuízo líquido de 20,4 milhões de reais, revertendo lucro de 202,8 milhões obtido um ano antes, conforme dados preliminares e não auditados.
Se considerados ajustes por despesas com plano de opções de ações e apropriação do ágio de ativos decorrentes da aquisição da Agre, a construtora e incorporadora teve lucro líquido de 31,2 milhões de reais no período, queda de 85 por cento ano a ano.
A divulgação do balanço era prevista anteriormente para sábado, mas a PDG informou dificuldades no processo de integração de sistemas de gestão grupo de empresas da Agre para o sistema SAP da PDG.
Ao apresentar o demonstrativo na terça-feira, entretanto, a empresa informou que será necessário mais tempo para que os auditores concluam os trabalhos.
"Optamos por reportar as demonstrações financeiras ainda não auditadas com o intuito de suprir todas as dúvidas e incertezas dos nossos acionistas", afirmou a PDG no balanço, sem definir uma data para divulgação dos números consolidados.
A Gafisa, que também adiou a apresentação do balanço em dois dias, informou no domingo prejuízo líquido de 1,1 bilhão de reais, com base em números preliminares e não auditados.
"Iniciamos 2011 com muitos desafios a serem cumpridos e com o objetivo principal de finalizar o processo de integração da Agre... apesar de resultados positivos durante o ano, também enfrentamos muitas dificuldades", assinalou a companhia, destacando entre os desafios a implementação do SAP na Agre e a gestão de obras de terceiros.
De acordo com o documento, as obras terceirizadas acarretaram efeitos não provisionados, levando a uma revisão de orçamento de 222,15 milhões de reais no final de 2011.
Com o objetivo de reverter esse cenário, a PDG estabeleceu, entre as prioridades para este ano, a entrega de unidades atrasadas e a redução de obras terceirizadas, além de ter cortado a previsão de lançamentos para focar em vendas.
A empresa espera lançar em 2012 entre 8 bilhões e 9 bilhões de reais, contra estimativa anterior de 9 bilhões a 11 bilhões de reais.
Nos três primeiros meses deste ano, os lançamentos totalizaram 1,115 bilhão de reais, 13 por cento do ponto médio da nova meta, enquanto as vendas somaram 1,794 bilhão, alta anual de 5,3 por cento.
De outubro a dezembro, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da empresa atingiu 282 milhões de reais, queda de 29 por cento, com margem recuando de 21,9 para 16 por cento.
A receita líquida, enquanto isso, recuou 3 por cento, para 1,758 bilhão de reais no quarto trimestre.
O estoque a valor de mercado era de 5,6 bilhões de reais ao final de dezembro e, em todo o ano passado, foram entregues 32,4 mil unidades. Em 2012, a PDG espera entregar entre 35 mil e 38 mil unidades.
No balanço, a companhia informou ainda que a estratégia para este ano prevê também a implementação da PDG Serviços, que irá integrar as atividades de suporte que a empresa praticava de forma segmentada, "simplificando os processos e aumentando a produtividade", buscando aumentar eficiência e reduzir as despesas administrativas.
Na terça-feira, uma fonte de uma das unidades da companhia afirmou à Reuters que a PDG planeja concentrar seu centro de processamento de dados e operações financeiras -atualmente dividido entre São Paulo e Rio de Janeiro- na capital paulista, o que ocasionaria uma série de demissões.
Ainda conforme a mesma fonte, o presidente-executivo da construtora, Zeca Grabowsky, deve deixar o cargo e será substituído pelo atual diretor financeiro e de relações com investidores Michel Wurman.