Grabowsky, presidente da PDG: "Não há falta de caixa"
Da Redação
Publicado em 21 de julho de 2012 às 09h32.
São Paulo - A PDG Realty, maior incorporadora do País, diz não enfrentar dificuldades de caixa, ao contrário de preocupações que foram levantadas no mercado após a companhia aprovar um processo de aumento de capital que pode atingir quase R$ 800 milhões. Segundo o presidente da incorporadora, José Grabowsky, "o objetivo do aporte foi reforçar o caixa em um cenário mais adverso de crédito". "Não há falta de caixa. O aporte é uma medida de prudência."
Segundo Grabowsky, a companhia chegou ao fim de junho com um montante próximo de R$ 2 bilhões em caixa, conforme deve ser apresentado no balanço do segundo trimestre. O valor é semelhante ao registrado no primeiro trimestre do ano, quando o caixa somava R$ 1,7 bilhão.
O executivo disse ainda que os recursos oriundos do aporte serão direcionados a aplicações financeiras ou ao pré-pagamento de alguma dívida mais onerosa, e não em projetos para sustentar o crescimento da empresa. Até o fim de março, a dívida da PDG era de R$ 5,3 bilhões, dos quais R$ 3,8 bilhões estavam no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação (SFH, ligado à construção de empreendimentos) e R$ 1,4 bilhão era dívida corporativa.
O aumento de capital foi proposto pela gestora de recursos Vinci Partners em maio e aprovado em assembleia de acionistas neste mês. A operação consiste em um aporte de R$ 799,9 milhões por meio da emissão de 199 milhões de bônus de subscrição por parte da PDG. Cada bônus confere ao titular o direito a uma ação da incorporadora e a uma debênture (conversível em uma ação após quatro anos).
Uma vez aprovado o processo, os acionistas têm até 15 de agosto para exercer o direito de preferência pela subscrição. O resultado do aporte será informado ao mercado no dia 17. Depois disso, a Vinci se compromete a adquirir entre 54,8% e 81,4% dos papéis restantes, ficando responsável por um aporte de até R$ 648 milhões do total previsto. Com isso, a gestora pode elevar sua participação na PDG para até 13%, tornando-se a maior acionista da companhia.
"É importante ter um acionista âncora", avalia Grabowsky. "O setor está desacreditado, passando por uma fase de reestruturação. Ter um acionista com boa imagem e comprometimento de longo prazo é positivo neste momento."