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Passos Coelho lamenta fracasso da venda da TAP

"Era um projeto muito valioso para a TAP. O projeto financeiro implícito era bom também", declarou no Parlamento Passos Coelho


	A TAP é a europeia que mais voa para o Brasil: sobre a TAP, o chefe de Governo ressaltou a necessidade que se invista na companhia
 (Wikimedia Commons)

A TAP é a europeia que mais voa para o Brasil: sobre a TAP, o chefe de Governo ressaltou a necessidade que se invista na companhia (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 21 de dezembro de 2012 às 16h17.

Lisboa - O primeiro-ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, lamentou nesta sexta-feira a fracassada tentativa de vender a companhia aérea TAP ao grupo do brasileiro-colombiano Germán Efromovich, mas disse que seu Governo espera lançá-la ao mercado "quando for oportuno".

"Era um projeto muito valioso para a TAP. O projeto financeiro implícito era bom também", declarou no Parlamento Passos Coelho, que lembrou que a rejeição da proposta do magnata do Synergy Group se deveu ao fato de esta não garantir os meios financeiros necessários.

Apesar do revés na venda da TAP, que tem capitais próprios de 500 milhões de euros, o primeiro-ministro luso descartou que esteja "em perigo" o processo de privatizações do país estipulado com a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) como uma das condições do resgate financeiro luso.

Passos Coelho garantiu que somando a provável venda da gerente aeroportuária ANA se superarão os 5 bilhões de euros previstos no programa do resgate por privatizações, após as vendas, entre outros ativos, das elétricas EDP e REN.

Com a privatização da TAP o Estado português arrecadaria 340 milhões de euros pagos pelo Synergy, que também assumiria o passivo da companhia.

Sobre a TAP, o chefe de Governo ressaltou a necessidade que se invista na companhia, algo que o Estado não está em condições de fazer, e assegurou que a empresa aérea se colocará de novo no mercado "quando for oportuno".


A oposição portuguesa, satisfeita pelo fracasso da venda, insistiu nas "dúvidas" que já tinha expressado sobre o processo, em cuja última fase quase não participou a empresa de Efromovich, que controla companhias aéreas como a colombiana Avianca e as equatorianas VIP e Aerogal.

Antonio José Seguro, líder do Partido Socialista (PS), o principal de oposição, disse desconhecer os relatórios de entidades como o Conselho de Administração da TAP e lembrou que a comissão de acompanhamento do processo começou a funcionar "há pouco tempo".

"Cada vez aumentam mais as dúvidas sobre este processo", declarou Seguro, sucessor na Secretaria-Geral do ex-primeiro-ministro José Sócrates (2005-2011).

A própria TAP, através de seu presidente, o brasileiro Fernando Pinto, defendeu hoje que a privatização da empresa representa "uma oportunidade", mas "não é uma necessidade absoluta" para sua sobrevivência.

Em declarações à imprensa portuguesa, Efromovich, que já havia se mostrado surpreso pela negativa, não descartou apresentar-se de novo a uma segunda licitação pela companhia aérea, mas ressaltou que o Governo português perdeu "uma oportunidade única" ao recusar sua oferta.

O grupo TAP, formado pela companhia aérea, a empresa de manejo de carga e bagagens Groundforce e uma divisão de manutenção e engenharia no Brasil, acumulou perdas de 50 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2012.

Com dez voos diretos ao Brasil, a companhia aérea nascida na década de 1940, foi privatizada e posteriormente nacionalizada em 1975, com a chegada da democracia.

Atualmente dispõe de uma frota de 55 aviões, transporta por ano cerca de 10 milhões de passageiros e conta com mais de 7,5 mil funcionários. 

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