São Paulo – Quem não tem conta em banco pode agora comprar passagens aéreas da Azul em lotéricas e agências da Caixa.
A iniciativa, anunciada hoje, mostra que a companhia segue – ainda – por uma rota alternativa a das concorrentes Tam e Gol.
Com boa parte da malha destinada a cidades do interior do país, o objetivo é democratizar as ofertas e, assim, aumentar o volume vendido.
Nos últimos anos, a concorrência do setor fez com que empresas aéreas oferecessem preços de passagens compatíveis aos de rodoviárias.
No entanto, fechar a compra de uma viagem de avião poderia se tornar complexa para quem não tinha conta em banco nem acesso fácil a internet.
A aposta da companhia aérea de David Neeleman é a de atender essas pessoas, que poderão pagar com dinheiro ou com cartão de débito da Caixa Econômica Federal, e embolsar os pagamentos à vista.
Novo filão
Para entender melhor o motivo que levou a Azul a investir em maneiras de atender esse novo filhão, basta olhar para a grandiosidade do número que ele representa.
A última pesquisa feita pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), e divulgada em abril de 2015, calcula que o índice de bancarização do país atingiu 60% em 2014 – um recorde.
Ainda assim, a quantidade de pessoas sem contas no banco ainda é bem alta. Estima-se que 55 milhões de brasileiros acima de 18 anos não tenha conta e banco.
E, detalhe, com muito dinheiro para gastar. Juntos, eles teriam aproximadamente 665 bilhões de reais em renda anual.
A iniciativa faz parte de uma série de tentativas de popularizar a empresa, com ofertas promocionais agressivas e mimos exclusivos, como o distribuir cerveja e petiscos nos voos.
Como funciona
A partir de hoje já será possível comprar passagens para pagar em lotéricas e agências da Caixa, que estarão habilitadas a receber valores de até R$ 2.000 por transação.
Para isso, basta selecionar o voo desejado no site da Azul e buscar pela opção de compra por boleto à vista, disponível apenas para reservas com mínimo de três dias de antecedência à partida do voo.
Confirmado o pagamento pela lotérica ou agência da Caixa, um e-mail com os dados da reserva será enviado ao comprador.
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1. Nas alturas
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1/12 (Marie Hippenmeyer / Divulgação)
São Paulo - David Neeleman,
novo dono da
companhia aérea portuguesa
TAP, é um empreendedor da aviação e um dos homens mais criativos do setor. Nascido brasileiro e filho de americanos e neerlandeses, criou quatro
companhias aéreas, a Morris Air e a JetBlue, nos Estados Unidos, a WestJet no Canadá e a Azul no Brasil, além de inovações do setor, como o bilhete eletrônico. Na corrida pela TAP, companhia aérea portuguesa que estava em processo de privatização, o empresário fez a
melhor proposta.
Veja nas imagens fatos sobre a vida do novo dono da TAP.
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2. Origem
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2/12 (Viagem e Turismo/Divulgação)
David Neeleman nasceu em São Paulo, em outubro de 1959. Ele é filho de descendentes americanos e holandeses. Seu pai era jornalista e trabalhava como correspondente no Brasil, país onde ele morou até os cinco anos, quando foi viver nos Estados Unidos.
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3. Infância
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3/12 (Chris Ware/Bloomberg)
Hoje, ele é um dos maiores
empreendedores da aviação. No entanto, sua infância e adolescência não foram das mais brilhantes. O
empresário não gostava de ler ou escrever e obteve notas apenas razoáveis na escola. Frequentou a Universidade de Utah por apenas três anos, antes de desistir.
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4. Transtorno
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4/12 (Michael Edwards/Getty Images)
Neeleman
sofre de transtorno de déficit de atenção, o que prejudicou sua educação na juventude. Ele se recusa a tomar medicações, pois tem medo de se tornar enfadonho. Em
entrevista à Veja Online, afirmou que o transtorno “não é propriamente ruim. Ele faz com que você tenha bastante dificuldade de se concentrar em algo que não lhe interessa. Depois de obter muito sucesso numa atividade qualquer, continuamos insatisfeitos, com constante sensação de dever não cumprido”. No entanto, a doença tem um lado positivo, afirmou o empresário. “Uma vez que encontramos algo que nos interessa, temos a habilidade de hiperconcentração – quando isso acontece, tudo em volta se torna insignificante”.
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5. Turismo
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5/12 (Divulgação / HAWAII VISITOR CONVENTION BUREAU)
O empresário começou a vender pacotes turísticos para o Havaí aos colegas da universidade. Um amigo de sua aula de contabilidade disse que conhecia alguém que não conseguia vender estadias em seus condomínios no Havaí. “Eu comecei a fazer anúncios para os condomínios. Passei a incluir passagens aéreas e a fazer pacotes de viagem. Então June Morris me ligou e disse que queria que eu trabalhasse para ela”, na Morris Travel, disse ele em
entrevista a Airnews.
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6. Decolou
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6/12 (Getty Images)
Seu primeiro emprego foi numa agência de viagens, a
Morris Travel, em Salt Lake City. Com apenas 25 anos, David Neeleman fundou, em 1984, a Morris Air, uma companhia aérea com tarifas baixas. Inicialmente voando para o Havaí, a empresa aterrissou em outros destinos turísticos, como Cancun, Orlando e Los Cabos. A companhia foi adquirida pela Southwest Airlines, em 1993, por 130 milhões de dólares. Neeleman ficou na diretoria da empresa por apenas cinco meses, para completar a transição.
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7. Reservas
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7/12 (NicoElNino/Thinkstock)
Ao deixar a Southwest, ele criou o Open Skies. O sistema operava em terminais touch screen nos aeroportos e permitia reservas de bilhetes e auto check in. A empresa foi comprada pela HP em 1999 e é usada por 80 companhias aéreas.
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8. Tudo ao mesmo tempo
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8/12 (Chris Ware/Bloomberg)
Enquanto desenvolvia o sistema Open Skies, David Neeleman também fundou a canadense WestJet, em 1996. Hoje, é a segunda maior companhia do país, atrás da Air Canada, e tem mais de 10 mil funcionários.
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9. De volta ao Brasil
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9/12 (Dado Galdieri/Bloomberg)
Em 2008, Neeleman anunciou a intenção de criar sua quarta companhia aérea. Ela seria voltada para o mercado doméstico brasileiro, seu país natal. Para definir o nome da nova operadora aérea, o empreendedor criou uma campanha em que o público poderia enviar ideias. Depois de quase 110 mil cadastros, entre as melhores opções estavam Abraço, Alegria, Azul e Samba. Ainda que Samba tivesse sido o nome mais votado,
Neeleman escolheu o nome
Azul Linhas Aéreas Brasileiras, por inspirar sentimentos positivos e aludir ao céu. O ganhador recebeu passe vitalício na nova companhia. Hoje, a Azul é
a terceira do setor no Brasil, com 15,87% de mercado e a maior taxa de ocupação dos voos, 89,70% em janeiro.
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10. Religião
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10/12 (Divulgação)
Mórmon, ele é adepto da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Aos 19 anos,
ele veio ao Brasil para trabalhar como missionário da igreja mórmon. Foi quando reaprendeu a falar português, ainda que com forte sotaque. Em
entrevista à Veja Online, afirmou que “o fato de ser mórmon teve muita influência na minha formação. Quando estive no Brasil como missionário, aprendi belos princípios. Trabalhei em favelas com pessoas simples e maravilhosas que mudaram minha vida. Acreditamos que as relações que temos com a família, amigos e empregados são importantes, pois elas continuarão depois desta vida”.
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11. Descanso
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11/12 (Stephen Chernin/Getty Images)
Apesar do trabalho intenso durante a semana, ele aproveita bem os dias de folga. Frequenta a igreja todo domingo e passa os finais de semana apenas com sua família. Neeleman é pai de nove filhos e mora com a família em Connecticut, Estados Unidos.
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12. Confira também
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12/12 (Ruben Sprich/Reuters)