Parente: "Reduzimos gastos com ganho de produtividade e aumento da curva de produção", afirmou (Aaron M. Sprecher/Bloomberg)
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de maio de 2017 às 22h20.
Rio - O presidente da Petrobras, Pedro Parente, destacou a redução dos gastos operacionais gerenciáveis de 18% e das despesas de vendas, gerais e administrativas de 27% como um dos principais motivos do lucro de R$ 4,4 bilhões no primeiro trimestre deste ano e à geração de caixa recorde.
Além disso, segundo o executivo, pesou a redução de 17% de empregados, inclusive terceirizados, em todo o grupo. Cerca de 60 mil deixaram a empresa, de acordo com Parente.
Ele não detalhou, no entanto, em que período ocorreram essas demissões.
"Reduzimos gastos com ganho de produtividade e aumento da curva de produção", afirmou Parente.
Em coletiva de imprensa, o diretor Financeiro da Petrobras acrescentou que "algumas surpresas" positivas do primeiro trimestre podem não se repetir nos próximos resultados deste ano.r
A alavancagem registrada pela Petrobras no primeiro trimestre deste ano, de 3,24 vezes, é melhor do que a diretoria da empresa esperava alcançar no período, segundo o presidente da empresa, Pedro Parente.
Ele afirmou, no entanto, que, ainda que a meta de 2,5 vezes ao fim de 2018 seja alcançada antecipadamente, a companhia continuará se esforçando para reduzir a dívida, porque ainda paga taxas de juros muito altas. Além disso, o endividamento da Petrobras ainda é o dobro das suas concorrentes, disse Parente.
A previsão é que o endividamento caia ainda mais no segundo trimestre, com a entrada no caixa do pagamento da Brookfield pela subsidiária de gás natural NTS. O diretor Financeiro, Ivan Monteiro, informou ainda que o caixa da empresa hoje é de US$ 23 bilhões.
Parente repetiu nesta quinta-feira a frase dita ontem pelo ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, de que a venda da refinaria de Pasadena, no Texas, Estados Unidos, deve seguir critérios matemáticos e não ideológicos.
"Se tivermos condição melhor com Pasadena, faz sentido incluir no desinvestimento", afirmou.
Em coletiva de imprensa, Parente ainda destacou o decreto que regulamentou o direito de preferência nas áreas de pré-sal que serão leiloadas neste ano, criticado pelo Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), que representa grandes petroleiras, inclusive estrangeiras.
A principal crítica é quanto ao direito dado à estatal de abandonar o consórcio vencedor após tomar conhecimento do valor a ser investido e os sócios. Para Parente, se não fosse dessa forma, a Petrobras não teria condição de exercer a preferência.
"O decreto é apropriado. Seria impossível estabelecer a preferência de outra forma", afirmou.