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Para "Uber chinês", carro será serviço, não um bem

Didi Chuxing está avaliada em cerca de 50 bilhões de dólares e aposta na expansão do mercado de transportes por aplicativos

Fundada em 2012, a Didi Chuxing se estabeleceu no mercado asiático após uma série de consolidações (Kim Kyung-Hoon/Reuters)

Fundada em 2012, a Didi Chuxing se estabeleceu no mercado asiático após uma série de consolidações (Kim Kyung-Hoon/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de dezembro de 2017 às 14h32.

Última atualização em 27 de março de 2018 às 17h37.

São Paulo - Pedir um carro por aplicativo já é um gesto corriqueiro nas grandes cidades do Brasil, mas há quem acredite que isso seja só o começo de uma revolução no mercado de mobilidade.

Na China, já é possível usar o celular para compartilhar bicicletas, pedir uma carona para quem trabalha perto de você ou pegar uma van da estação do metrô até em casa, sem ficar esperando no ponto de ônibus.

Tudo isso dentro de um mesmo aplicativo: o da Didi Chuxing, empresa que é conhecida como "Uber chinês" e está avaliada em cerca de US$ 50 bilhões.

"O futuro da mobilidade ainda é cheio de oportunidades. Ninguém conseguiu dar conta de todas as oportunidades desse mercado", avalia Gu Tao, vice-presidente de investimentos da Didi Chuxing.

Nesta semana, o executivo vem ao Brasil para participar do 1º Fórum de Mobilidade Urbana, organizado pelo jornal O Estado de S. Paulo. "Só na China, há 800 milhões de viagens diárias de transporte. Nós, na Didi, só cuidamos de 25 milhões. Ainda há muito espaço. Isso para não falar no futuro com os carros autônomos."

"Uber chinês"

Fundada em 2012, a Didi Chuxing se estabeleceu no mercado asiático após uma série de consolidações, em negociações que envolveram até a compra, por US$ 7 bilhões, do negócio local do Uber na China, em agosto de 2016. Paralelamente a isso, conquistou investidores do porte da Apple e dos japoneses da SoftBank.

A transação com o Uber deu força e reconhecimento internacional à empresa, que é acionista da brasileira 99, uma das principais rivais do Uber por aqui - no início deste ano, a Didi fez um dos maiores aportes da história em uma startup do País, investindo mais de US$ 100 milhões na 99.

Para Gu Tao, o mercado chinês e o brasileiro têm muito em comum. "Ambos têm urbanização rápida e enfrentam desafios gigantes, seja na demanda por mobilidade ou na regulação governamental." A parceria entre a chinesa e a 99, diz ele, vai além do dinheiro - as empresas têm compartilhado dados e ideias para solucionar o problemas de transporte de cidades caóticas como Pequim ou São Paulo.

"A ideia de uma van, compartilhada, que te leve de casa ao metrô e vice-versa, resolvendo o problema da 'última milha', é algo que nós temos na China e pode funcionar no Brasil", avalia o executivo - as duas empresas, porém, dizem que preferem dialogar com as autoridades antes de pôr o serviço na rua.

Fórum de Mobilidade Urbana

O jornal O Estado de S. Paulo realiza no dia 5 de dezembro, das 8h30 às 12h30, o 1º Fórum de Mobilidade Urbana, no Rooftop 5 & Centro de Convenções, em Pinheiros, com abertura do pesquisador Phil Tinn, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).

Serão realizados dois painéis sobre o tema. No primeiro, sobre tecnologia, mobilidade e segurança, participam Ana Guerrini, head de Políticas Públicas e Pesquisa da 99; Ciro Biderman, coordenador do Mobilab e professor da FGV; Luis Antonio Lindau, diretor do WRI-Brasil para o programa Cidades Sustentáveis; Paulo Cabral, líder de crescimento para América Latina do Waze; e Pedro Palhares, diretor do Moovit no Brasil.

No segundo painel, sobre parcerias para transformar os transportes, estarão Carolina Tohá, ex-prefeita de Santiago; Franz Drees-Gross, diretor global de transportes do Banco Mundial; Gu Tao, vice-presidente da Didi Chuxing; e o secretário municipal de Mobilidade e Transporte de São Paulo, Sérgio Avelleda.

As inscrições para o evento estão esgotadas. O fórum tem patrocínio da 99.As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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