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Para Setubal, Bracher foi "escolha natural" para presidir Itaú

Bracher foi escolhido para ser o novo presidente do Itaú Unibanco, um dos principais cargos executivos no País

Candido Bracher: ele era um dos nomes que estavam no topo da lista para a sucessão (BBA/Divulgação)

Candido Bracher: ele era um dos nomes que estavam no topo da lista para a sucessão (BBA/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de novembro de 2016 às 11h00.

Última atualização em 8 de junho de 2020 às 15h39.

São Paulo - Santista roxo. Este é um adjetivo que Candido Bracher gosta de ter ligado a seu nome. Mas mesmo apaixonado por futebol, é pela formação que ele se destaca. Administrador pela Fundação Getúlio Vargas, o novo presidente do Itaú Unibanco fala cinco línguas: alemão, francês, espanhol, inglês e português.

Gosta de arte e tem como hobby a leitura. No trato com seus pares no mercado é considerado um lorde inglês. É focado. Não gosta de improvisar. Ele se prepara meticulosamente para cada reunião que participa.

Escolhido para assumir um dos principais cargos executivos no País, em maio do ano que vem, chama atenção em Bracher uma qualidade peculiar, segundo pessoas próximas: "Ele tem a 'cara de pôquer' dos banqueiros", diz um colega do executivo. Ou seja, não é possível saber o que Bracher está pensando em uma reunião. Essa destreza pode ter sido genética. Seu pai, Fernão Bracher, também é banqueiro.

Fernão foi vice-presidente do Bradesco, presidente do Banco Central, e em 1988 fundou o BBA - a instituição foi comprada 14 anos depois com pelo Itaú, tornando-se o braço de investimentos do grupo.

Trajetória

Candido começou no mercado financeiro no banco Itamaraty, que pertencia ao empresário Olacyr de Moraes. Chegou ao cargo de diretor no Itamaraty, mas resolveu se arriscar com o pai, em 1988, quando assumiu uma das diretorias do recém criado BBA.

O banco cresceu, chegou a ser vendido em parte para o austríaco Credistalt, até que em 2002 foi vendido ao Itaú. Para os Bracher, foi um excelente negócio, porque continuaram com a gestão da instituição. Primeiro foi o pai, que presidiu o Itaú BBA até 2005. O cargo foi assumido depois pelo filho, Candido, que agora chega ao posto máximo do Itaú Unibanco.

Desde que se começou a discutir a saída de Setubal da presidência do banco, há mais de dois anos, Bracher era um dos nomes que estavam no topo da lista para a sucessão. Segundo fontes de mercado, disputavam com ele o cargo mais alto do Itaú executivos como Márcio Schettini, que ocupava a diretoria de tecnologia e passa a assumir a área de varejo da instituição, e Marco Bonomi, da área de varejo.

Inicialmente, o estatuto do banco previa que todos os executivos deveriam se aposentar compulsoriamente aos 60 anos. No entanto, para prolongar a presença de Setubal no cargo e organizar bem a sucessão, o banco "esticou" a idade máxima para a presidência até 62 anos.

Isso quer dizer que Bracher terá pouco menos de quatro anos para ocupar o cargo que deverá começar a exercer a partir de maio. Isso porque o executivo vai completar 58 anos em dezembro.

Transição

A escolha de Candido Bracher para assumir a presidência do Itaú Unibanco foi natural e consenso, conforme o atual presidente do banco, Roberto Setubal. De acordo com ele, qualquer outra pessoa escolhida desconheceria alguma área do banco.

"Eu também não conheço tudo do banco, mas temos pessoas capacitadas. A transição será de seis meses. Candido poderá ter uma visão atualizada do banco", afirmou Setubal, em coletiva de imprensa.

O executivo disse que as mudanças anunciadas fortalecem a governança corporativa do banco, que tem muito bem definido o papel do acionista, do conselho de administração e do comitê executivo. "Foi um processo enriquecedor e deixa o banco muito preparado para as etapas que estão por vir", disse Setubal As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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