Loja da Renner:peças feitas com fios reciclados e fibra biodegradável / Leandro Fonseca (Leandro Fonseca/Exame)
Karin Salomão
Publicado em 9 de fevereiro de 2018 às 10h30.
Última atualização em 9 de fevereiro de 2018 às 12h12.
São Paulo - A Renner está otimista com este ano. Se em 2017 a varejista ainda viu seus números pressionados pela economia em recuperação e pelo baixo nível de confiança entre os consumidores, a situação deve mudar em 2018.
No ano passado, a empresa sofreu com consumidores cautelosos, o ambiente promocional e as incertezas políticas, disse o diretor financeiro e de relações com investidores das Lojas Renner, Laurence Gomes, em entrevista ao site EXAME.
Apesar do ambiente pouco favorável, as receitas cresceram 15,4% no ano, para 6,6 bilhões de reais, e o lucro alcançou 732,7 milhões de reais, alta de 17,2%.
Já em 2018, "começamos o ano com boas perspectivas, confiantes de que o Brasil e a empresa terão um bom crescimento", diz Gomes.
Com a melhora do cenário, as margens da companhia também devem se recuperar. Em 2017, a margem líquida, que é a relação entre as receitas líquidas e o lucro líquido, subiu 0,2 ponto porcentual, para 11,1%. Além das promoções nas vendas, o número também foi afetado pela redução de 27,4% da dívida líquida, paga com a geração de caixa.
Para 2018, a empresa espera "margens em níveis competitivos" e "redução do nível promocional", afirma o diretor. Isso quer dizer que, ao longo do ano, os preços dos produtos nas lojas devem subir gradativamente, disse ele.
Um dos motores de crescimento da companhia no ano passado foi a abertura de novas lojas. Do total de 550,4 milhões de reais investidos, 222,4 milhões de reais foram destinados a inaugurações.
Foram abertas 30 novas unidades da Renner, 13 da Camicado e 25 de sua marca caçula, a Youcom, que terminou o ano com 84 unidades. No total, o grupo tem hoje 512 lojas.
Criada em 2013, a Youcom é focada em vestuário para jovens e é a marca que apresenta o ritmo de crescimento mais acelerado entre as três. Além de ser a mais nova na companhia, também tem um formato de loja menor, "o que faz com que existam mais áreas disponíveis para esse formato", diz Gomes.
A expectativa é que o ritmo de crescimento da marca se mantenha forte em 2018, com a abertura de 70 novas lojas.
Em 2018, o investimento será ainda maior que no ano passado: o montante estimado é de 620 milhões de reais.
Outro foco em 2017 foi a reformulação do canal de vendas on-line da companhia.
As operações, antes separadas por marca, foram centralizadas em um único escritório em São Paulo e a empresa trabalha para acrescentar novas funções em sua loja virtual, como adequar o catálogo ao histórico ou à localização do consumidor.
Criado há cerca de três anos, o canal já fatura mais do que a maior loja da Renner, diz Gomes. A empresa, contudo, não abre os números de faturamento do e-commerce.