Entre as mudanças que o Extra está promovendo nas lojas está a redução em 20% da área de vendas dos itens não-alimentares, o que inclui principalmente eletroeletrônicos (Mário Rodrigues)
Da Redação
Publicado em 3 de junho de 2015 às 18h23.
São Paulo - O Grupo Pão de Açúcar (GPA) completou até maio a renovação de 24 lojas da bandeira Extra, a maioria hipermercados. A companhia, disse o diretor executivo do Extra Laurent Cadilat, tem o objetivo de renovar todos os 137 hipermercados Extra e também considera possível mudanças em todos os 207 supermercados, mas ele não deu prazos.
O executivo afirma que as modernizações de lojas são a prioridade em 2015. Ele diz que, embora haja um portfólio de terrenos em potencial para inauguração de novos hipermercados, a expansão por meio de lojas novas não está no foco, podendo ser retomada no próximo ano.
A decisão de mudar a cara dos hipermercados Extra veio depois de uma sequência de trimestres de queda nas vendas. O formato de hipermercado vem sofrendo no Brasil diante do crescimento do chamado "atacarejo" e esse foi um motivo apontado por Cadilat para a necessidade das mudanças.
De acordo com ele, o GPA selecionou 20 lojas em várias cidades, consideradas prioritárias para ajustes, e fez nelas modernizações mais suaves. Outras duas lojas em São Paulo foram reformadas de forma mais completa, ao longo de três meses, e reinauguradas em maio. Também foram renovados até o fim de maio dois supermercados da bandeira.
De acordo com Cadilat, a empresa fará as reformas em ciclos. A próxima onda deve ocorrer em um ou dois meses, período no qual será possível avaliar o desempenho das lojas já reformadas. Ele reiterou a perspectiva de investir R$ 100 milhões nas reformas no Extra este ano.
Renovações em hipermercados também estão no foco do Carrefour. O principal concorrente do GPA prevê encerrar 2016 com 60 lojas na chamada "Nova Geração". No segundo trimestre deste ano, a rede lançará 13 lojas com o novo conceito, totalizando 38 unidades transformadas.
Entre as mudanças que o Extra está promovendo nas lojas está a redução em 20% da área de vendas dos itens não-alimentares, o que inclui principalmente eletroeletrônicos. Cadilat afirma que a companhia reduziu sua exposição à linha branca, um mercado cujo enfraquecimento vinha sendo visto por analistas como uma das razões para as vendas fracas da bandeira.
Em compensação, foram ampliadas as áreas para alimentos e espaços de circulação. A companhia deu destaque aos setores de produtos frescos, como carnes, pães e frutas. Na área de eletrônicos, predominam segmentos de maior venda, como os smartphones e eletroportáteis.
Apesar de a abertura de novos hipermercados estar de fora das prioridades do ano, Cadilat considera que este formato de loja ainda tem potencial, em especial fora do Sudeste. O menor número de lojas especializadas torna o hipermercado um local de destino para clientes de diferentes perfis em Estados do Nordeste e Centro Oeste, diz.