Empresa aproveitou a desaceleração do consumo em 2011 para concluir o plano de conversão de lojas (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 12 de abril de 2012 às 16h11.
São Paulo - Após ter aproveitado a desaceleração do consumo em 2011 para concluir o plano de conversão de lojas, o Grupo Pão de Açúcar se prepara para colocar em prática sua estratégia de expansão em 2012, quando os investimentos devem chegar a quase 2 bilhões de reais, em meio à gradual retomada da demanda do consumidor.
A maior varejista do país encerrou o primeiro trimestre com vendas líquidas de 12,147 bilhões de reais, crescimento de 11,8 por cento ante o mesmo período do ano passado.
"O resultado ficou em linha com o orçamento (da companhia)", disse à Reuters nesta quinta-feira o vice-presidente de relações corporativas do grupo, Hugo Bethlem. "Diferentemente do ano passado, quando o primeiro trimestre decepcionou, este ano estamos alinhados." O resultado foi favorecido pelo desempenho tanto do segmento alimentar quanto da Viavarejo -ex-Globex, que concentra ativos de eletroeletrônicos e comércio online-, com altas de 11,2 e 12,4 por cento nas vendas líquidas, respectivamente.
Segundo o executivo, a aceleração do plano de conversão de lojas contribuiu para o resultado no caso do segmento alimentar (supermercados e hipermercados) por "capturar e atender a necessidade da nova classe média brasileira".
A Viavarejo, por sua vez, teve a seu favor as ações de marketing e campanhas de liquidação, com forte desempenho no comércio eletrônico.
As vendas mesmas lojas totais do grupo - que consideram aquelas em operação há pelo menos 12 meses - enquanto isso, cresceram 9,6 por cento no primeiro trimestre.
A tendência, conforme Bethlem, é que o atual trimestre mantenha a trajetória de vendas maiores na comparação anual, apoiada na recuperação da demanda do consumidor.
"A tendência é positiva... teremos um segundo trimestre pelo menos parecido com o primeiro", afirmou.
O segundo trimestre tende a ser beneficiado pela comemoração de datas como Páscoa, Dia das Mães e Dia dos Namorados. As vendas do período também devem ter maior efeito de medidas de incentivo ao consumo como a prorrogação da alíquota menor do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para itens da linha branca.
As previsões do grupo para este ano serão anunciadas oficialmente em 7 de maio, segundo o executivo, na ocasião da divulgação do balanço do primeiro trimestre.
Investimentos de quase R$ 2 bi
Os investimentos previstos pela companhia para este ano podem chegar a 1,966 bilhão de reais, montante 24,3 por cento superior ao desembolsado no ano passado, conforme proposta a ser aprovada em assembleia no dia 27 deste mês.
"(O valor do investimento) é o teto aprovado... ao longo do ano podemos contar com outras aprovações", disse Bethlem. "Esse ano aprovamos teto maior para não ter de recorrer a outra aprovação, mas pode ficar parecido com o (investido no) ano passado".
Em 2011, o plano inicial da companhia previa até 1,410 bilhão de reais em investimentos. O aporte, entretanto, foi 12,2 por cento maior, sendo mais de 660 milhões de reais voltados a reforma de lojas.
Este ano, a maior parcela dos investimentos ficará concentrada na expansão de lojas, além de compra de terrenos e infraestrutura logística e tecnológica.
O grupo planeja abrir cerca de 420 lojas até 2014, a maior parte de unidades de pequeno formato, sob a bandeira Extra Fácil.
No primeiro trimestre, foram inauguradas duas lojas (Extra Hiper e Assaí) e cinco foram convertidas em Minimercado Extra. Outras 14 unidades estão em fase de construção.
Em 2011, a varejista converteu as lojas Compre Bem e Sendas para a bandeira Extra e redesenhou as unidades Assaí, além de ter convertido as unidades Extra Fácil para a marca Minimercado Extra.
A integração de Casas Bahia ao grupo também está prevista para ser concluída este ano.
"Esperamos o ano passado inteiro, esperamos o primeiro trimestre... temos expectativa de que aconteça no segundo trimestre", afirmou Bethlem, se referindo ao parecer do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) quanto à aquisição de Casas Bahia, anunciada em dezembro de 2009 e que teve os termos revisados em meados de 2010.
"Se vem a liberação (do Cade), conseguimos acelerar as sinergias que ainda não foram capturadas", acrescentou.