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Pão de Açúcar tem lucro maior e prevê Globex no azul

Empresa, que no momento negocia a revisão ds termos de associação com as Casas Bahia, teve lucro consolidado de R$ 126,2 milhões

As vendas líquidas consolidadas do grupo totalizaram quase 7 bilhões de reais até março (.)

As vendas líquidas consolidadas do grupo totalizaram quase 7 bilhões de reais até março (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

São Paulo - O Grupo Pão de Açúcar, maior varejista do Brasil, divulgou na segunda-feira alta de 33 por cento no lucro líquido consolidado do primeiro trimestre na comparação anual, ancorado por forte aumento de vendas e avanço da geração de caixa.

A empresa, que no momento negocia a revisão dos termos de associação com as Casas Bahia, teve lucro consolidado de 126,2 milhões de reais de janeiro a março, ante 94,9 milhões de reais um ano antes. Cinco analistas consultados pela Reuters previam, em média, ganho de 140 milhões de reais.

O resultado inclui o desempenho da Globex, dona das lojas de eletroeletrônicos Ponto Frio, comprada pelo Pão de Açúcar no meio do ano passado.

Sem considerar a Globex, que teve pequeno prejuízo trimestral, o lucro líquido da varejista teria sido maior nos três meses até março, de 129,9 milhões de reais.

"A expectativa é de que (Globex) já esteja na entrada da curva de lucro. A tendência agora, especialmente por conta de vendas mais fortes de eletrônicos por Copa do Mundo, é que a gente tenha uma situação de lucro em breve", afirmou a jornalistas o vice-presidente financeiro do Pão de Açúcar, José Antônio Filippo.

Filippo destacou ainda que a bandeira de atacarejo Assaí, uma das apostas da companhia, reverteu o prejuízo de 3,2 milhões de reais do início do ano passado, com lucro de 4,7 milhões de reais.

As vendas líquidas consolidadas do grupo totalizaram quase 7 bilhões de reais até março, aumento de 50 por cento sobre igual intervalo de 2009. Sem Globex, as vendas líquidas ficaram em 5,7 bilhões de reais, avanço de 23,2 por cento na mesma base de comparação. A Páscoa de 2010 caiu no primeiro trimestre, enquanto no último ano ocorreu no segundo.

O executivo do Pão de Açúcar não espera que o aumento da taxa de juro interfira no consumo nos próximos meses. "Continuamos com projeção positiva do crescimento", disse ele, sem citar números. 


No início de março, o então vice-presidente financeiro do Pão de Açúcar Enéas Pestana, alçado ao posto de presidente-executivo, estimou aumento de perto de 15 por cento nas vendas do grupo em 2010 no conceito mesmas lojas, que leva em conta unidades abertas há pelo menos um ano.

As despesas operacionais consolidadas do Pão de Açúcar no último trimestre representaram 18,1 por cento das vendas líquidas, abaixo dos 18,6 por cento do primeiro trimestre do ano passado.

A geração de caixa medida pelo Ebitda --sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação-- totalizou 410,4 milhões de reais no primeiro trimestre, com margem de 5,9 por cento. Em igual intervalo de 2009, o Ebitda foi de 312,3 milhões de reais, com margem de 6,7 por cento.

Sem a Globex, o Ebitda seria de 377,2 milhões de reais e a margem de 6,6 por cento.

Conforme Filippo, a tendência é que o Ebitda, em valores, aumente, mas a margem deve cair no longo prazo, diante das mudanças no mix de vendas do grupo, com maior peso do negócio de eletrônicos e de atacarejo. Mas esse efeito não deve se fazer sentir já em 2010.

Negociação com Casas Bahia

Segundo Filippo, o Pão de Açúcar e as Casas Bahia continuam revisando o acordo de união firmado em dezembro de 2009.

Restrito nos comentários, o executivo disse apenas que o grupo varejista está negociando, "embora tenhamos consciência de que o acordo assinado é válido e temos expectativa de que as coisas vão correr bem". Segundo ele, "não tem" data para a conclusão da revisão do acordo de união.

Ele afirmou também que, enquanto a associação não for implementada, os números de Casas Bahia não serão consolidados no balanço do Pão de Açúcar.

Em 13 de abril, o Pão de Açúcar informou que a Casas Bahia manifestou intenção de rever o acordo de fusão.

Pelos termos do acordo firmado na ocasião, as operações de Casas Bahia seriam integradas à Globex e às lojas Extra-Eletro do conglomerado do empresário Abílio Diniz. 


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